segunda-feira, 18 de maio de 2009

O tal café do jacu

Você já pensou em tomar uma xícara de café cujos grãos, antes de serem torrados e moídos, foram defecados por um animal? Se você aprecia a bebida, mas nunca pensou nessa hipótese, comece a considerá-la. O restaurante do Centro de Arte Contemporânea Inhotim, em Brumadinho, servirá em breve o jacu bird coffee, ou seja, expresso feito com grãos de café que passaram pelo sistema digestivo do jacu, ave típica da fauna brasileira.





Os grãos vêm da fazenda Camocim, no Espírito Santo e esse curioso processo foi inspirado num dos cafés mais raros do mundo, o indonésio kopi luwak, cuja produção limitada joga o preço do quilo lá nas alturas: US$ 1750! No país asiático, os grãos são recolhidos no chão, depois de passarem pelo sistema digestivo da civeta, mamífero semelhante ao gato e que come apenas os frutos mais doces e maduros.




O dono da fazenda capixaba, o carioca Henrique Sloper, teve a ideia enquanto esperava autorização para exterminar os jacus que haviam invadido seu cafezal e estavam devorando os grãos. Nesse intervalo, ouviu falar do kopi luwak e decidiu poupar os bichos, transformando-os em parceiros de um negócio lucrativo. A primeira safra foi em 2006 e só agora as embalagens do jacu bird coffee começam a ser vendidas no Brasil. Antes, só era encontrado no exterior.


O que torna esses dois cafés tão especiais é justamente a ação das bactérias e enzimas do estômago animal sobre os grãos, processo que lhes confere sabor teoricamente inigualável. O Benzadeus, café inaugurado ano passado no Centro, havia manifestado intenção de trazer um pacote do kopi luwak. Tinha até lista de espera com interessados, mas até hoje, nada. Pelo jeito, vamos conhecer primeiro o produto nacional.


Matéria do mestre José Hamilton Ribeiro para o Globo Rural destrincha o assunto para os interessados no café do jacu.

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