quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Feliz 2010 e até a volta!

Caros leitores,

desejo a todos um ótimo 2010, repleto de paz, saúde, alegria, amor, sucesso e, claro, muitos comes & bebes! Este blog vai descansar um pouco e volta segunda-feira, dia 4. E obrigado a todos vocês que passaram por aqui e, de um jeito ou de outro, me incentivaram a perseverar nessa verdadeira profissão que é ser blogueiro!

Boas festas! Saúde!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Barbada da semana


Semana passada estive lá no recém-inaugurado Bar Liberdade (Rua Alagoas, 626, Savassi, 31 3261-5339) fazendo matéria. Era hora do almoço e tive oportunidade de conferir o que a casa oferece no horário, quando as mesas internas são cobertas com toalhas brancas.


Mesmo durante o expediente do almoço, todo o cardápio (petiscos, carnes, sanduíches, pratos de fim de noite etc) fica disponível, mas o que mais chama a atenção mesmo são os pratos executivos, em torno de R$ 13 (individual). Experimentei a farta e deliciosa porção de carne de panela com purê de batata, arroz, feijão e salada (14,90, individual):



Há outras pedidas listadas como executivas, caso do espaguete à bolonhesa (R$ 10), do feijão tropeiro com lombo, arroz, couve e salada (R$ 15,90) e da releitura deles para um clássico da cidade, o kaol...


... leva carne de panela, arroz, ovo e uma decente linguiça de fabricação própria (R$ 10).


Aí está o chef Edmar de Souza, figuraça e responsável pela beleza de carne de panela que comi:



Fui lá como jornalista (ou seja, a trabalho), então, só me resta torcer para que a qualidade seja sempre a mesma do dia dessa minha visita, o que fará desse prato generoso e saboroso uma legítima barbada!

sábado, 26 de dezembro de 2009

Biscotti

Para quem não sabe, o chef italiano Maurizio Gallo, que comanda restaurante homônimo na subida da Nossa Senhora do Carmo (nº 860, São Pedro, 31 2555-5432), recentemente ampliou suas instalações (engoliu a loja de empadas ao lado) e adquiriu a fábrica de biscoito Ea Gondoea, antes de propriedade do conterrâneo Giancarlo Zago, que funcionava no condomínio Retiro do Chalé (será que Zago ainda mora e produz embutidos lá?). Ele trouxe as receitas, equipamentos e funcionários de lá para sua sobreloja e passou a vender também pães e biscoitos típicos da terra natal. Eis a fabriqueta:



Experimentei lá grissinos variados (pimenta calabresa, orégano, alecrim, parmesão, natural e integral), cantucci (biscoito com amêndoa, para comer com o licoroso vin santo) e o que ele chama de "feio, mas bom", delicioso biscoito disforme, que leva amêndoas moídas. Além dos pães e biscoitos, o chef, que é romano, continua vendendo seus pratos congelados (hoje são 63) e atendendo eventos particulares. Na última vez em que estive lá, o encontrei carregando engradados cheios de "provisões", rumo a algum evento distante. Ah, ele também oferece, todo sábado e domingo, espécie de pequeno menu degustação a R$ 35 (individual), incluindo uma entrada, três massas e três carnes. Além do almoço de segunda a sexta - entrada, massa e carne -, a R$ 15 (individual).

Pizzas, pizzas, pizzas...

Ontem, no caderno Divirta-se, foi publicada matéria minha sobre novidades na área de pizzarias de BH. A saber: Santa Pizza, Pizza Sur e Botica. Não posso deixar de mostrar para vocês algumas das fotos que fiz durante minha visita ao Santa Pizza, no Santa Tereza. A vizinhança me encantou. Este trecho da Rua Silvianópolis, onde fica a casa, mais parece uma cidade do interior...


A fachada antiga da imóvel ajuda a manter o clima de antigamente. Na década de 1940, ali funcionava um armazém:


Inclusive, os proprietários de lá encontraram escondido no forro um velho livro de registro de vendas. Estão restaurando para deixar em exposição no local. Essa é uma visão do ambiente interno, em estilo rústico:


Agora resta saber se a pizza é boa como a da primeira unidade, aberta em 2003 na Serra do Cipó. Estive lá uma única vez, em 2004.

Em breve
Aproveitando o ensejo, adianto aqui que o argentino Gustavo Roman, proprietário da Pizza Sur, planeja abrir mais uma unidade ano que vem. Será na Savassi ou no Funcionários e terá como diferencial em relação às demais lojas (Cruzeiro e Praça da Liberdade) a parrilla. Afinal, ele é argentino! Ele garante que a futura casa também terá chopeira, mas que "esse negócio de comer carne com cerveja já era". Ou seja, vai incrementar ainda mais o serviço de vinhos, com promoções e ofertas. Ele já realiza trabalho louvável vendendo mais da metade de seus 60 rótulos abaixo de R$ 55 e agora quer implementar ações do tipo uma garrafa de vinho por pessoa em cada mesa. É ver para crer. Tomara que dê certo.

Rodízio
Por fim, o Botica, agora reaberto com novos proprietários, manteve massas e pizzas no cardápio. A novidade fica por conta do rodízio, oferecido por R$ 20,90 (individual) nas noites de terça e quarta. Entre os sabores, palmito com tomate seco, pêra com gorgonzola e os tradicionais de sempre.

Onda "espaço gourmet" chega aos árabes


Então, agora já sabemos (pela placa) que o velho K-Bab da Contorno será substituído por seu "primo rico", o Vila Árabe. Será que podemos esperar algo superior a unidade da rua Pernambuco, na Savassi? Afinal, está lá, embaixo do nome da casa, a expressão mágica "espaço gourmet", em letra cursiva. E acima, reparem, está "empório". Será exclusivamente uma loja?

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Feliz Natal (e uma receita)

Este blog deseja a seus leitores um Feliz Natal! Espero que todos tenham conseguido driblar os engarrafamentos, lojas lotadas e obstáculos típicos da época e que tenham uma noite alegre e farta! Por falar em fartura, aproveito e repasso para vocês a receita de salmão gravlax que a chef Adelaide Engler sugeriu numa matéria recente que fiz sobre ceia de Natal para o caderno Divirta-se. Tentarei fazê-la em breve! Anotem aí:


Salmão gravlax

Ingredientes
2 filés de salmão fresco inteiros e com pele (cerca de 1,5 kg, juntos)
2 colheres (sopa) de sal grosso
3 colheres (sopa) de açúcar
2 colheres (chá) de pimenta branca e preta triturada
1 molho de endro
Molho:
azeite a gosto
mostarda dijon a gosto
suco de um limão
1/2 molho de endro

Modo de preparo
Misture o sal, o açúcar, as pimentas e os ramos de endro picados. Polvilhar o lado interno de cada filé de salmão com a mistura. Embrulhe cada um numa folha de papel alumínio e deixe-os marinar por dois dias na geladeira, virando a cada 12 horas. Ao final do processo, desembrulhe e corte os filés em fatias bem finas, desprezando a pele. Faça o molho misturando bem todos os ingredientes. Sirva em seguida.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

O fim do fim do Pier 32

Descendo a Afonso Pena, pouco antes do cruzamento com a Contorno, me deparo com a seguinte cena:


Sabem do que estou falando? Para quem ainda não lembrou, o imóvel onde está essa academia de ginástica é o mesmo onde funcionou o lendário restaurante Pier 32. De 1984 a 1998, fez fama com seu bufê, no qual se destacavam a picanha preparada na hora, na frente do freguês, a batata com manteiga café de paris (assada embrulhada em papel alumínio) e o estrogonofe, entre outros. Símbolos de uma época, claro. A casa foi sinônimo de boa comida na cidade e seu fechamento deixou muita gente na melancolia gastronômica - eu inclusive. Em março de 2005, um grupo conseguiu reativá-lo. Conseguiram o feito de reunir 80% da brigada original, incluindo Tio Wilson, chef de cozinha que trabalhou no local ininterruptamente. Algo realmente notável, pena que não deu certo. Algum tempo depois, a casa já apelava para formas mais rápidas e baratas de serviço na hora do almoço. Não tardou para que tivesse as portas fechadas. A placa com a logomarca permaneceu por vários anos ali, mesmo com a casa fechada. E agora temos uma lápide "fitness" para ela.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Barbada da semana

Passei os últimos dias juntando encartes de supermercados da cidade para fazer uma Barbada da semana especial, a de Natal. Abaixo, listo o que achei de interessante em cada um desses folhetos. Alguns produtos eu conheço. Outros, apesar de não conhecer, suponho que pelo preço valham a pena. Ou seja, se eu não conheço, mas indiquei, é porque eu compraria. Me parece bom negócio. Vamos lá.


Super Nosso (preços válidos até 4 de janeiro)

O Borges, azeite espanhol extravirgem pau-pra-toda-obra, está por R$ 13,98 (500ml). Já vi à venda na casa dos R$ 12, mas, de toda forma, é um bom preço.

Há também duas garrafas diferentes de 500ml do extravirgem português Esporão. Garrafas bonitas. Foi a primeira vez que as vi, mas, a julgar pelo rótulos, inspiraram confiança. Uma por R$ 24,90 e a outra, R$ 29,98.

Paleta de cordeiro congelada a R$ 13,90 (kg) me parece bom.

Gorgonzola São Vicente por R$ 29,80 (kg), outro bom negócio.

Sou fã de molho barbecue e já experimentei algumas marcas nacionais. Ainda não tive coragem de investir numa garrafona importada. A do Jack Daniel's, a R$ 13,98 (500ml), me parece uma oportunidade.

Arroz arbóreo da marca italiana Scotti é bom? Se for, R$ 9,98 por 1kg é razoável.

A boa e velha cerveja pilsen da Áustria sai a R$ 3,99 (600ml). A de trigo custa um pouco mais: R$ 5,99.



Morini (preços válidos até 3 de janeiro)

O bom e velho espumante nacional Salton brut certamente é bom negócio por R$ 16,99 (750ml) - preço pouco maior que o do ano passado, na média do mercado.

Não tenho ideia do "preço normal", mas o doce de leite argentino Havanna vale o investimento. Sai por R$ 19,99 (450g). O único que comprei foi em São Paulo. Aqui, nunca vi vendendo.

O azeite extravirgem espanhol Borges reaparece aqui mais barato que no Super Nosso, a R$ 12,99 (500ml).

Como tenho apreciado bastante os vinhos verdes portugueses, outro dia um amigo disse que o Casal Garcia (R$ 26,99) desce macio no quesito custo-benefício. A conferir. Outro portugueses, mas tintos, que quero experimentar são o Eugénio de Almeida (R$ 29,90), o Terras de xisto (R$ 17,99) e o Porca de murça (R$ 23,99). Por falar em portugueses, esse porto Messias (R$ 29,99) é bom? Ah, e alguns meses atrás tomei o Artero (R$ 39,90), tempranillo espanhol, e gostei. Não fez feio.

A Erdinger, cerveja alemã de trigo, é criticada por alguns como exemplo de fórmula que se rendeu ao drinkability por aqui. Mesmo assim, acho que R$ 7,99 (500ml) por esse rótulo é um bom negócio. Falke Bier dunkel e IPA a R$ 12,99 (600ml) é outro achado. Colorado a R$ 9,89 (600ml) também.

Se for de boa qualidade, a lata de coração de alcachofra da marca italiana Olivatto é uma barbada por R$ 6,99 (240g). O mesmo digo da lata de tomate pelati da italiana Costazurra, a R$ 2,59 (400g), e do arroz arbóreo Mr. Man, a R$ 7,99 (1kg). Mostarda dijon francesa da Maile a R$ 6,99 (215g), um bom negócio, bem como a passata de tomate da Paganini a R$ 4,99.

O nhoque de batata da Colavita (500g) é bom? Está por R$ 9,99. E o cuscuz francês Al Badia (R$ 8,99, 500g)?

Molho de pimenta Tabasco a R$ 6,49 não é uma pechincha, mas foi o mais barato que encontrei...

O Salamandra não está entre meus dulces de leche favoritos, mas não desgosto dele. Já vi abaixo de R$ 10,99, mas isso há mais de ano...

Filé de salmão chileno inteiro é uma boa para fazer gravlax (darei a receita da Adelaide Engler aqui, logo mais). Custa R$ 21,90 (kg).

Se o gorgonzola da Boa Nata estiver bom, é uma barbada por R$ 19,99 (kg). A mesma coisa vale para o gruyère da marca (R$ 25,99).



Verdemar (preços válidos até 3 de janeiro)

A linha de vinhos chilenos Toro D'Oro baixou de preço recentemente. A linha reserva sai por R$ 16,98, e a gran reserva, R$ 23,98. A linha básica tem rótulos a R$ 12,98! Trouxe alguns comigo, mas ainda não os experimentei. Andam dizendo por aí que têm ótimo custo-benefício. Logo saberei!

O ótimo tinto português Paulo Laureano Clássico passou de menos de R$ 26 para quase R$ 30. Ainda assim, continua valendo a pena.

Não sei ao certo o que significa o rótulo "reserva especial" do azeite extravirgem espanhol Borges, que está por R$ 13,48. Esse eu paguei para ver. Trouxe para casa, mas ainda não abri.

Eis que retorna o vinho do porto Messias, mas em rótulo diferente do que vi no encarte do Morini. R$ 1 mais barato: R$ 28,98 (750ml). E então, alguém me recomenda? O tinto português Eugénio de Almeida está R$ 0,08 mais caro do que no Morini. E o espumante nacional Salton brut reserva ouro - que há tempos tomei e gostei - custa R$ 27,98. A linha completa das cervejas Colorado a R$ 9,89 também me atrai.

Outro produto que levei para casa e ainda não provei: as azeitonas Verdemar (R$ 7,89, 350g). O tomate pelati com a marca do supermercado é bom e custa R$ 2,39 (400g). Meu pai, que é grande apreciador de azeites, me disse que o extravirgem português embalado pelo Verdemar é ótimo (R$ 12,98, 500ml). A conferir.

Não sei se o preço está bom ou ruim, mas vale experimentar as massas italianas Giuseppe Cocco. Comi pela primeira vez no restaurante Gomide e me encantei com a qualidade. Pacote de 500g (linguine, fusilli ou espaguete) a R$ 8,58.

Como amante de pistache, não pude deixar de notar a mortadela italiana recheada com ele, da marca Giulietta (R$ 32,98, kg).

O parmesão nacional RAR (também conhecido como gran formaggio), que muito me agrada, volta a ser vendido por bom preço: R$ 48,98 (KG)! Outras possibilidades de barbada na área: emmenthal PJ (R$ 27,98/kg) e gruyère Tirolez (R$ 37,98).


E então, pessoal, há outras barbadas por aí, em nossos supermercados e delicatessens?

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

BH e POA na lanterna

BH e Porto Alegre estão confirmados para ter suas próprias edições da Restaurant Week ano que vem, mas ainda sem datas definidas. Acabei de ler isso em matéria publicada agora há pouco no site da Folha Online. Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Recife terão duas edições; Curitiba e Vitória estream no evento. Devagar e sempre!


Para quem não sabe, trata-se de uma maratona gastronômica de uma ou duas semanas que reúne restaurantes com preços reduzidos para seus menus (entrada, prato principal e sobremesa). Foi criada em Nova York e hoje é realizada em outros países - no Brasil, começou em 2007. Por preço reduzido, nesse caso, entenda-se algo em torno de R$ 30 no almoço e R$ 40 no jantar (valores por pessoa). Já andei falando sobre isso no blog aqui e ali.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Fui ao Braca e gostei

Ontem, finalmente, fui conhecer o Braca. Eu e um velho amigo diplomata chegamos por volta das 23h15, temendo que não houvesse mesa. Mas tinha - e mais de uma. A escolhida foi uma do canto, na divisa com o Assacabrasa e atrás da chopeira. Na hora da empadinha, descobri que o sino ficava logo acima da minha cabeça!

Foi impressionante: um minuto depois do badalar do sino, praticamente não havia mais empadinhas! Aquele velho esquema "Bobeou, dançou". Mas não dançamos. Essa aí é de camarão e estava boa:
Já me acostumei as empadinhas servidas nas próprias forminhas de alumínio para comer de colher (o Redentor, que tem sócios em comum com o Braca, já as serve há tempos), mas meu amigo estranhou a moda. Disse que lá em sua Barão de Cocais ainda se come empadinha com as mãos. É que a forminha vem muito quente e massa da empada dele estava agarrando um pouco. Mas nada que o chateasse, pois achou a empada deliciosa. Pessoalmente, gostei mais da de frango, que veio em seguida. Também experimentamos o "exibidinho" de camarão, espécie de miniescondidinho servido na mesma forminha da empada:
Leves, cremosos e bem tirados, os chopes desciam redondos um após o outro. Se estivessem um pouquinho mais gelados, teriam descido estupendos. Como ainda havia apetite, aceitamos a sugestão em destaque no cardápio, o ragu de rabada com polenta frita. Bem apresentado e saboroso, embora atomatado além do meu gosto:


Perguntamos ao garçom qual era o tamanho da porção e ele, muito honestamente, não mediu palavras para nos avisar que era pequena. Talvez proporcional com os preços praticados pela casa, abaixo da concorrência. Às vésperas do encerramento da cozinha, por volta de 0h, fomos alertados pelo garçom e decidimos fazer uma reserva técnica de suprimentos para a acompanhar a saideira. Optamos pelo bolinho de picanha com recheio de queijo e coberto com molho barbecue:
Coincidentemente, nós dois esperávamos por bolinhos de mandioca recheados, daí a surpresa quando esses bem moldados bolinhos de carne chegaram a mesa. Muito saborosos e bem preparados, com a carne úmida e queijo na medida certa. Uma boa pedida. Por falar em pedida, muitas outras, tentadoras, ficaram para trás, o que me incentiva a voltar rápido ao bar. Gostei muito de lá.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Bolota, a lenda

Conheci o estupendo doce de leite do Bolota em 2005, durante avaliação de bares e restaurantes para o Guia Unibanco Minas Gerais (Bei), em Tiradentes. Foi por causa do bom e velho hábito de "assuntar" com moradores que fui aconselhado a experimentá-lo. Fui, então, a casa de Célia Oliveira, viúva do Bolota. Ela e as três filhas são as responsáveis pela produção do doce nos fundos de casa, mas quem o criou foi ele. Bolota, que morreu há 20 anos, era cozinheiro. Adorava doces, mas era diabético. Olha ele aí:




Essa foto está pendurada na parede dos fundos da casa, onde há uma mesa sempre posta para receber os visitantes. Célia e as filhas nos fazem experimentar um pouquinho de tudo. E tudo é muito gostoso. Nesse lugar, participando de alguma forma da intimidade da família (a cozinha fica logo ali), o sabor não poderia ser melhor. Pratos e talheres domésticos, tigelinhas de plástico, toalha na mesa. Tudo contribui para realçar a impressão de "sabor caseiro", de "feito com carinho". Pode até ser só impressão, mas que parece, parece.



Trata-se de um doce de leite leve e muito claro, com sabor suave (do leite, e não do açúcar) e consistência que lembra a da nata. Não há nada igual e em nada lembra as densas pastas açucaradas que abundam por aí. O segredo está na quantidade de açúcar: 200g para cada 15 litros de leite. Por querer driblar a diabetes, Bolota desenvolveu essa receita com quantidade bastante reduzida de açúcar. Combina maravilhosamente com o ótimo figo em calda que ela também faz ali. Aí está o casamento feliz:



Célia, fingindo que não é com ela:



Só ela sabe o ponto do doce. As três filhas ajudam em várias etapas da produção, mas reconhecer o aspecto da receita pronta é só com ela. Todo dia é dia de fazer doce. O mexe-mexe na panela dura o dia inteiro, com Célia e Márcia, a filha do meio, dividindo a tarefa. É preciso mexer sem parar, por horas e horas. Tânia, a mais velha, ajuda a vender os doces e, em épocas de muita demanda, também ajuda com a colher de pau. Karine, a mais nova, colabora nas vendas e é quem faz os cartões que acompanham as potes.

Definitivamente, a visita a casa de Célia é programa obrigatório para quem está em Tiradentes - levando doces para casa, é claro Registro aqui seus contatos: Rua Bias Fortes, 77, Cascalho, Tiradentes, tel. (32) 3355-1465.

Para quem quiser se aventurar na tentativa de reproduzi-lo, eis a receita:

Ingredientes
15l de leite
200g de açúcar refinado

Modo de preparo
Coloque o leite e o açúcar numa panela de 25l e leve ao fogo alto. Mexa sem parar com uma colher de pau até ganhar cor ligeiramente mais escura e consistência levemente pastosa, o que levará cerca de quatro horas. O doce estará próximo do ponto ideal quando, ao raspar a colher no fundo da panela, for possível ver o fundo. Como é preciso mexer sem parar (do contrário, o leite entorna), reveze com mais pessoas na tarefa. Célia ensina que é preciso começar o preparo em panela grande e quando o volume inicial chega a nível bem reduzido, convém transferir a preparação uma panela de 10l, na qual é mais fácil ver o fundo da panela quando se está mexendo - sinal de que o doce está quase no ponto. Ela também faz o doce com açúcar light – 100g para cada 15l.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Vinhos: como trazê-los?

Atire a primeira pedra quem nunca enrolou uma garrafa de vinho em calças e camisas na tentativa de assegurar sua integridade ao final de uma viagem de avião. Eu mesmo já fiz isso. Deu certo, mas que a estratégia é arriscada, isso é! Sou tão desconfiado de certas coisas que não consigo ficar 100% tranquilo com aquele adesivo colado na bagagem para indicar que ela é frágil. Quem pode garantir que ela será tratada com cuidado? Isso sem falar no período nebuloso em que ela fica no bagageiro do avião. Nesse sentido, parece bem interessante o winecase desenvolvido pela EZ Grip Brasil, que conheci em post recente do blog da Casa do Vinho.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Barbada da semana




Muito tem me agradado a produção cervejeira de BH e arredores. É muito bacana chegar no supermercado e ver diversas marcas e estilos de cerveja fabricados aqui, dividindo espaço com as grandes industriais e rótulos importados. São produtos tão bons que já são vendidos fora do estado.

A Falke Bier ganhou recentemente o prêmio de produto do ano durante o Prêmio Paladar, do jornal Estado de S. Paulo. Já a Backer, se não me engano, tem mais pontos de venda fora do que dentro de Minas. A Krug Bier, que inaugurou recentemente sua nova loja no São Pedro, anuncia para ano que crescimento de até 60% e a intenção de engarrafar sua cerveja golden ale.

Aí é que entra a barbada da semana. Tenho gostado das cervejas que a Krug Bier tem produzido com o nome Áustria Bier e mais ainda do preço da pilsen: a garrafa de 600ml chega a sair por menos de R$ 4. Uma puro malte de bom custo-benefício.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Um olho na cerveja e outro no relógio

Estive este fim de semana no bar Barracão (Rua Antônio Justino, 438, Pompeia, 31 8835-3627), sobre o qual fiz reportagem à época da inauguração, ano passado, mas até hoje não havia visitado como pessoa física. Gostei muito de lá. O ambiente colorido e descolado me lembrou, a príncípio, o Balaio de Gato (que também gosto muito), mas, pensando bem, as casas não se parecessem tanto assim. Funciona nos fundos de uma casa, onde as mesas ficam cercadas por plantas. Bastante agradável.


Pedro David/EM

A especialidade da casa são as batatas rösti de sabores variados. Como estávamos com apetite, deixamos para experimentá-la no final e começamos com uma porção de coxinhas da asa fritas. Sequinhas e saborosas, chegaram a mesa com saboroso chutney de banana. Recomendo.



Pedro David/EM
De repente, a garçonete nos aborda para comunicar que, se quiséssemos batata rösti, deveríamos fazer o pedido em, no máximo, 20 minutos. Quem mandou não ler o cardápio direito? Estava lá o aviso. A gente é que não viu. A culpa é nossa.

O horário limite para pedir essa batata é 22h30. Portanto, fique atento! Como estávamos esperando mais gente, acabamos nos distraindo e ficamos sem a batata. Acho que vale a pena voltar para experimentá-la, só não sei quando vai ser. Ah, e o horário limite para pedir outros petiscos é tipo 23h. Acho precoce demais para encerramento de cozinha, mas regra é regra...

Gostei da comida, do ambiente e a cerveja estava gelada. Já o atendimento estava um pouco desatento: numa das vezes em que procurei com os olhos a garçonete para pedir cerveja, a encontrei sentada numa das mesas, em meio bate papo descompromissado. Aí não dá, concordam?

Tanto na ida como na volta, fiquei reparando na quantidade de autênticos botequins que o Pompeia tem. São muitos! Acho que é uma espécie de santuário! Já havia reparado nisso antes, mas como não passava por lá há tempos, me chamou a atenção. Acho que vale a pena dar uma explorada no bairro qualquer dia desses. Conheço pouco a região, mas algo me diz que há pérolas escondidas por lá. A propósito, alguém tem alguma outra dica de lá, além do Barracão, Bar do Baiano e Bar do Plínio?

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Barbada da semana

Volto ao Verdemar para dar a dica da barbada desta semana: a salada que vendem lá nos fundos da loja do Diamond por cerca de R$ 13. Duas pessoas comem tranquilamente - e repetindo. Você escolhe uma entre quatro misturas de folhas; cinco dentre uns 30 ingredientes (cogumelos frescos, brie, gorgonzola, aspargos em conserva, palmito, tomate seco, mussarela de búfala, tomate cereja, nozes, aliche, frutas etc); e um molho dentre cerca de meia dúzia (iogurte com páprica, mel com mostarda, caesar, pesto, nozes etc). Se quiser, o molho vem separado num potinho (eu prefiro). E, por fim, a Sônia, que trabalha lá, é uma simpatia.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Mostrar para não sumir

“Excellent,” Maxime said.


I asked her what she liked about it.

“It’s not really a ‘like’ and a ‘not like,’ ” she said. “It’s an analysis. You’re eating it and you’re looking for the quality of the products. At this level, they have to be top quality. You’re looking at ‘Was every single element prepared exactly perfectly, technically correct?’ And then you’re looking at the creativity. Did it work? Did the balance of ingredients work? Was there good texture? Did everything come together? Did something overpower something else? Did something not work with something else? The pistachios—everything was perfect.”



John Colapinto acompanhou pessoalmente o trabalho de uma inspetora do Guia Michelin em Nova York e recentemente relatou a experiência numa matéria (da qual extraí o trecho acima) para a revista The New Yorker. Esses inspetores vivem em anonimato (o repórter não conseguiu saber o nome dela), mas John teve acesso a "Maxime" por causa da nova política do guia para os Estados Unidos: querem explicar aos norte-americanos como funciona o sistema de avaliação. Isso porque, de acordo com o repórter, o guia, que chegou aos Estados Unidos em 2005, não estaria se saindo bem na briga com seus principais concorrentes - Times e Zagat.

Como parte dessa estratégia, o Guia Michelin lançou o site Famously Anonymous (tem até entrevista com um dos inspetores na penumbra) para que os norte-americanos saibam melhor quem são os inspetores e como trabalham. Além disso, criou contas no Twitter para seus inspetores de Nova York e São Francisco.

Mesmo tendo sido tudo muito arranjado (o interesse é do guia, afinal), vale a pena conferir a matéria, que pode ser lida na íntegra nesse link.