sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Barbada da semana






Como viajarei daqui a pouco e só volto na terça-feira, adiantarei neste post a barbada que publicaria só na segunda. Bom, na verdade, a barbada é alheia, mas como pretendo conferi-la, será minha também. É que meu pai acaba de me dizer que comprou Bavaria Premium (lata) por R$ 0,81 no supermercado Extra do Belvedere (aquele em frente ao BH Shopping). Algo me diz que isso não deve durar muito tempo, então...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A língua ao vinho da minha mãe


Já faz um bom tempo que comi esse prato da foto. É a língua ao vinho da minha mãe, a melhor do mundo - falo da mãe e da língua, é claro! Pedi a ela que mandasse a receita, pois algo tão bom não pode ser conhecido por tão poucas pessoas. É por isso que compartilho com vocês essa receita. Se tiver ficado alguma dúvida, perguntem aqui e eu consulto minha mãe antes de responder.

Língua ao vinho

Mamãe usa
1 língua de boi
1 cebola média picada
3 dentes de alho bem picadinhos
4 tomates (bem maduros, sem pele e sem sementes)
Tempero de alho e sal a gosto
1 folha de louro
1 xícara (chá) de vinho tinto
Lingüiça calabresa em fatias finas
Batata a gosto
Cenoura em rodelas a gosto
Vagem a gosto
Cheiro verde a gosto
Azeitonas a gosto

Mamãe faz assim
Lave bem a língua, cubra-a com água e afervente em panela de pressão por mais ou menos 45 minutos. Apague o fogo e deixe esfriar um pouco. Retire a língua, despreze a água e puxe a casca (que já deverá se soltar com certa facilidade) - use uma faca para descascar as partes menos soltas. Feito isso, fatie a língua e reserve. Frite a linguiça calabresa na panela de pressão aberta (acho que dá para dourar as fatias sem óleo) e reserve. Na mesma panela coloque um fio de óleo e refogue o alho e a cebola. Acrescente o tempero de alho e sal, os tomates picados, o louro e deixe ferver até quase desmanchar, formando um molho grosso. Prove e retifique os temperos, se necessário. Junte a língua fatiada e mexa bem. Coloque o vinho e, depois de alguns minutos, acrescente um pouco mais de água até que a carne fique macia (use a pressão, se necessário). Quando a língua estiver macia, coloque a linguiça calabresa, a batata (crua), as rodelas de cenoura e a vagem e deixe cozinhar mais um pouco até que tudo fiquei no ponto de cozimento desejado. Na hora de servir, acrescente o cheiro verde e as azeitonas.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Chef Túlio em gotas



Abrasel/Divulgação

Entusiasta da "comida internacional de boteco", como gosta de dizer, Túlio Montenegro, do bar Chef Túlio (Praça Estêvão Lunardi, 23, Horto; 31 3481-7724), ataca agora como consultor de pimentas. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) lançará quatro molhos de pimenta criados por ele. Serão fabricados pela Pirata, mas levarão a marca Brasil Sabor (nome do festival gastronômico que a entidade realiza há quatro anos) . São eles:

- pimenta de bode amarela com manga
- pimenta de bode amarela com maracujá
- pimenta de bode vermelha com limão
- malagueta com tomate

Me parece que a logística da Pirata (Vilma Alimentos) entrará na jogada para distribuir os produtos em âmbito nacional, mas quem quiser se informar sobre onde comprá-los, pode fazê-lo pelo e-mail dir.comercial@abrasel.com.br.

Ceviche: pega ou não pega?

Devagarinho, os ceviches começam a chegar por aqui. Já foram capa do Paladar, matéria da Folha e agora o restaurante Atlantico (Rua São Paulo, 1.984, Lourdes; 31 3275-3384) está servindo algumas receitas. Ainda não existem cevicherias na cidade - em São Paulo há talvez umas quatro, inclusive uma do famoso chef peruano Gastón Acurio, chamada Lamar -, mas é possível comer ceviche em uma ou outra casa por aqui. Acredito que neste cardápio (clique nele para ampliar) está a maior oferta de ceviches da cidade no momento:




segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Barbada da semana



A barbada desta semana (e também a primeira entre as muitas que eu e todos os leitores deste blog vamos relatar, com certeza!) são as cervejas Colorado vendidas pela distribuidora Gusto (Rua Pirapetinga, 322 / loja 4, Serra; 31 3223-2823). Essa cervejaria paulista tem feito, sem sombra de dúvida, algumas das melhores cervejas disponíveis no Brasil. Atualmente, são quatro rótulos: Cauim (pilsen feita com mandioca), Appia (de trigo feito com mel), Indica (india pale ale feita com rapadura) e Demoiselle (porter feita com café). Sempre que vou lá, só saio carregando caixa!

Agosto Butiquim no NYT

O Agosto Butiquim, bar do qual gosto muito, foi citado em matéria de ontem do The New York Times sobre turismo em Minas Gerais. O autor da matéria, Seth Kugel, é o mesmo que assinou matéria recente (maio deste ano) sobre a vertente brasilianista da cena gastronômica paulistana.O bar foi descrito como "funky, brightly painted bar" e quem quiser fazer propaganda para algum gringo do petisco concorrente do Comida di Buteco deste ano pode chamar os bolinhos de angu com taioba de "cornmeal croquettes filled with spinachlike taioba leaf"!

domingo, 25 de outubro de 2009

O queijo São Jorge



Ontem à noite fomos visitar meus pais e levamos algumas coisas muito especiais para honrar o "quilate" da companhia: presunto cru da Chácara Chiari e um belo pedaço de queijo São Jorge, que trouxe da minha viagem a Portugal, em junho passado. O presunto cru do craque Carlos Chiari estava ótimo, como de costume, e dividiu as atenções de igual para igual com o queijo. Devo admitir que essa dobradinha roubou a cena naquela noite, que ainda teria uma receita de bacalhau especial da mamãe e, finalmente, a abertura de um vinho porto "proibido"!

Descobri o queijo São Jorge justamente nessa viagem. Meu conhecimento de queijos portugueses mal ultrapassava o majestoso serra da estrela. Aí, almoçando no ótimo Solar dos Presuntos, em Lisboa, fui introduzido a essa maravilha. Massa firme, levemente amarela e um pouco quebradiça; poucos e minúsculos buracos; aroma intenso (mamãe falou em couro de vaca); sabor marcante e persistente (lembraria em algo o bom parmesão italiano?), um tanto picante; e o invejável leite cru, que tanta falta faz ao nosso queijo minas. Eu e papai fomos ao céu.

Já no aeroporto de Lisboa, me preparando para ir embora, resolvi dar uma espiada nas lojas do freeshop. Uma delas mais parecia o Verdemar, tamanha a variedade de vinhos, azeites, chocolates, queijos e até embutidos em gôndolas refrigeradas. E muita coisa surpreendentemente barata, como as linguiças, alheiras e farinheiras que trouxe comigo - menos de 2 euros, cada, da Casa do Porco Preto, que me pareceu uma marca de aspecto bem confiável. Ainda não as provei.

Entre as compras que fiz nessa loja, também estava o tal pedaço de queijo São Jorge. A quem interessar possa, o quilo desse queijo me custou 15,30 euros. Nada mal para um produto excepcional. É feito no arquipélago dos Açores (é típico de lá) pela união de cooperativas Uniqueijo. Tem selo DOP (denominação de origem protegida) e é embalado com quatro meses de cura. Segundo meu The cheese lover's kitchen handbook, ele só melhora com a idade. Pena que não deu tempo de conferir isso: comemos quase tudo!

Devassa na Devassa?

Alguém sabe me dizer o que a polícia militar estava fazendo na cervejaria Devassa ontem, por volta das 19h? Estavam em grupo e com caminhonete de sirene ligada.

sábado, 24 de outubro de 2009

Barbada da semana

Muito blogs tem seus posts temáticos semanais, mensais, periódicos. O da Neide Rigo é um dos mais legais: os visitantes têm de advinhar que ingrediente é aquele da foto que ela postou. Divertidíssimo. Outros blogs bacanas, como Que bicho me mordeu, e sites preciosos, como do Ricardo Freire, também têm os seus. Confesso que foi inspirado neles que tive a ideia da Barbada da semana, que lançarei nessa segunda-feira, dia 26, aqui neste blog.

Bom, na verdade não será um post do tipo quiz, como os que citei, mas uma dica semanal de algo bom e barato que, acredito, é de interesse de quem gosta de comer e beber bem. Um produto em oferta no mercado, um prato a bom preço, um livro de cozinha sendo vendido pela metade do valor, um vinho de bom custo benefício, um botequim honesto e por aí vai. Resumindo: tudo aquilo pelo qual a gente pagou e saiu achando que fez bom negócio.

Não é ótimo quando alguém compartilha esse tipo de informação com a gente? Pois então.

Vou publicar um post a cada segunda, já que preciso chegar ao final de uma semana para eleger qual foi, de fato, a sua "barbada". Eu sei, eu sei: a semana começa no domingo, mas o fim de semana termina nele, ora bolas!

Agora, o mais importante: a coisa toda só vai fazer sentido se todo mundo contribuir! Então, convido todos vocês que visitam este blog a deixar nos comentários de cada post suas Barbadas da semana! O foco deste blog é Belo Horizonte e se a dica for relativa a cidade e arredores, ótimo. Se for de outro lugar (qualquer lugar mesmo), legal também. Afinal, viagens acontecem. E informação útil nunca é demais.

O escorpião no bolso de cada um de nós agradece...

O homus do Porta do Céu



Há cerca de dois meses, quando estava cobrindo o Festival de Gastronomia de Tiradentes, pude finalmente matar minha curiosidade e conhecer o Porta do Céu, que foi aberto como bar e, em função da preferência dos fregueses pelas pedidas árabes, recentemente virou restaurante especializado nesse tipo de comida. De tudo o que comi lá, o que mais gostei foi o homus, a clássica pasta de grão de bico com tahine. É realmente excepcional.

A querida leitora assídua deste blog Luciene Rêgo, que comanda a casa com o marido, o egípcio Saad, nos deu a receita, à qual tomei a liberdade de acrescentar entre parênteses os pormenores que vieram num e-mail posterior.

Ingredientes
- 250 gr de grão de bico (hiper cozido, deixado de molho 12 horas, "cozidésimo" até desmanchar e amassado com garfo)
- 1/2 copo de tahine (puríssimo, made in qualquer lugar tipo Líbano ou Síria)
- 1 colher (chá) de pimenta síria moída
- 1 colher (chá) de pimenta-do-reino branca moída
- 1 colher (chá) de cominho moído (seu gosto é variável, dependendo do tempo em que foi moído e torrado. Às vezes a gente compra com um tempo de moagem e precisamos colocar uma quantidade maior para ter "aquele gosto")
- 1 cabeça de alho espremida
- suco de meio limão
- uma colher (sopa) de vinagre branco (aí mora o perigo... é sempre o branco, mas depende muito se for de álcool ou de arroz)
- azeite extravirgem (muito, muito)
- sal a gosto

Modo de preparo (ou comentário sobre)
Como vê, essa receita é de paladar e não porcionada. Não temos a medida exata de cada ingrediente. Vá misturando tudo, pacientemente, até chegar ao ponto de "estalar os beiços". Está pronto. Nunca vi na minha vida uma receita tão complexa. Já dei para um punhado de gente, muitas pessoas já viram fazer e nada... Aliás, quem faz, com a maior competência, é mesmo o Saad. O meu não chega aos pés do que ele faz... Hehehehe. É isto... O resto é com o paladar...

Virei freguês do Piacenza

O Piacenza é um dos restaurantes que mais têm me agradado ultimamente na cidade. Boa comida, ambiente agradável, bom atendimento e preços que não assustam. Estive lá pela segunda vez recentemente. A última mesa disponível (está sempre cheio, o que não me surpreende) era, coincidentemente, a mesma da vez passada; ao lado do balcão de bebidas e desembocando na calçada mas, mesmo assim, aconchegante. A freguesia fumante continua saindo para fazer fumaça fora do restaurante, o que, pessoalmente, acho ótimo. Melhor ainda que se tocaram e foram para a beira da calçada e não estão fazendo como na última vez: fumando exatamente na porta do restaurante, o que, no caso, significou na minha cara!

Voltemos ao que interessa. Atendendo a pedidos da minha mulher, repetimos o ceviche de tilápia com pepino e vinagrete de framboesa, que estava muito bom. Ela sentiu algo de diferente no sabor dessa entrada, não necessariamente para melhor ou para pior. Mas diferente. Talvez isso tenha me escapado. Concordamos num ponto: os pães precisam ser melhorados urgentemente. Um bom pão enobrece não apenas o serviço de um restaurante, mas também a comida que serve.

Também acho que as opções de vinhos mais em conta podem melhorar; assim, haveria maior sintonia com a proposta da casa, inclusive. Quem sabe uma oferta constante (e variada) de vinhos em taça não resolveria, em parte, esse problema e, de quebra, serviria de "termômetro" para que a casa decida que vinhos colocar ou não na carta quando tiver de alterá-la? Fica aqui registrada uma sugestão.

Na indecisão de que prato pedir, acabamos aceitando a sugestão de pequeno menu degustação de três pratos. Começamos com o ravióli de abóbora com amêndoa e sálvia, tão delicioso como o da vez passada - viramos fãs do prato. Na sequência, talharim com frutos do mar, leite de coco e crocante de alho-poró, que também aprovamos pela leveza, sabor e equilíbrio. Fechamos com rondelli de bacalhau (para ela) e massa triangular recheada com javali e regada com molhos bechamel e de amora (para mim).

A massa que comi por último é uma sugestão. Não está no cardápio, portanto - nem sei se ainda está no quadro negro. Foi feita com amoras colhidas no sítio dos pais do chef, Américo Piacenza. No geral, gostei do prato, mas não senti necessidade de bechamel. A meu ver, ele empana os sentidos, dilui o brilho que as amoras dão ao prato. Mas não compromete o prato de forma alguma. Apenas prefiro sem. Deve haver quem prefira com. E tudo bem.

A ditadura do creminho
Um dos pontos altos foi a sobremesa: compota de manga com gengibre, sorvete de tapioca e lascas de coco. Um estouro! Principalmente porque é uma sobremesa com pouquíssimo doce. Ando cada vez menos tolerante a caldas açucaradas, decorações com caramelo duro e afins. Por que os chefs andam tão reféns do açúcar na hora de pensar em sobremesas? Há tantos ingredientes esperando por mentes criativas por aí...

Como disse o jornalista Josimar Melo numa matéria que fez sobre petit gâteau: "Chocolate + creminho = satisfação garantida dos instintos mais recônditos e incontornáveis do paladar". Nada contra o petit gâteau: cada um vende e cada um come o que quiser. Mas ter só creminho e chocolate no cardápio é dose...

Virada da Alvarenga é reaberto

Robson Batista, do Bar Virada da Alvarenga, nos comunica a reabertura do bar, que por problemas com alvará permaneceu fechado entre 1º de julho e 10 de setembro. Agora o chope é Krug Bier e há oferta de novos pratos individuais a R$ 19, 90. Para quem não conhece, aqui está o link para a matéria que fiz para noticiar a inauguração da casa.

E projeto do proprietário, que previa abrir ali aperto o Virada da Curitiba, ainda está de pé?

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Lista de desejos

Mexendo em papéis que estavam guardados comigo, encontrei anotações e cardápios de restaurantes sobre os quais escrevi no caderno Divirta-se, todos com pedidas que me deixaram curioso, mas que ainda não tive chance de provar:

- Guacamole com tempura de camarão e shot de gaspacho de morango; tartar de atum ao azeite de carvão com chips de batata doce do restaurante; croquete de linguiça trufada; e costela de ripa assada 40 horas com purê de laranja e farofa de limão, do restaurante Benvindo

- Salgadinhos (pastel português, croquete de carne e coxinha), do bar Braca

- Talharim ao molho de rabada, do bar Empório do Zé

- Costelinha ao molho barbecue (me disseram que é feito na hora, na panela, por isso fiquei intrigado); e bolinho de abóbora com carne seca e catupiry, da choperia Exclusivo

- Provoleta e morcilla (como eu gosto disso...), do bar La Milonga

- Moela de avestruz (sou fã de moela; será que dessa vou gostar?), do bar Rima dos Sabores

- Galinha d'angola com pirão e arroz de coco com queijo coalho, do restaurante Quintal

- Conserva de miniberinjelas recheadas com nozes (dificílima de achar comprada pronta), do empório de Dona Hana

- Chateaubriand com shiitake e tagliolini na manteiga de trufa (comi há alguns anos e deixou saudade), do Dona Derna

- Tartar de carne de sol ao azeite de pimenta; e carpaccio de picanha defumada com sorvete de moastarda dijon, do restaurante Piacenza

- Canelone de pizza, recheado com espinafre, muçarela, salaminho, pancetta e gema de ovo, da pizzaria Vesuvio

- Arroz espanhol (cúrcuma, lombo, paio, pimentão vermelho e ervilha), do Três Bistrô

Há mais pratos na minha lista de desejos, eu sei. Só não consigo lembrar de cabeça! Se alguém tiver algum parecer a respeito de qualquer uma dessas pedidas, manifeste-se.

Dando uma arejada

Semana passada, em visita a Chácara Chiari (publiquei matéria na última edição do caderno Divirta-se e logo mais postarei aqui algo a respeito), tomei conhecimento do tal oxigenador/arejador de vinho. Curioso apetrecho! Não conhecia...

Trata-se de uma pequena peça (a que vi era de cerâmica) em forma de cone pela qual a bebida passa e que, por causa de seus peculiar sistema de orifícios, a areja em tempo bem menor que o habitual - como num decanter, por exemplo.

Aí, abro o Blog da Casa do Vinho na tarde de hoje e lá encontro o esclarecedor post que ajuda a começar a entender quando usar o oxigenador e quando usar o decanter. Pois é, não é tudo a mesma coisa.

Da Serra do Cipó para BH

Na época em que avaliei bares e restaurantes para o Guia Unibanco Minas Gerais (Bei), há quatro anos, me lembro de ter comido uma boa pizza na Serra do Cipó. Foi na Santa Pizza (Rodovia MG 10, km 95, nº 1.905, Cardeal Mota; 31 3718-7305), naquela época uma das melhores (entre as ainda minguadas) opções de restaurantes da região.

Pois hoje recebi um e-mail comunicando a abertura da segunda unidade na Rua Silvianópolis, 452, Santa Tereza (2555-8222), quarta-feira passada. Está tão recente que nem máquina de cartão de crédito e freezer de bebidas a casa tem. Mas o proprietário Marcello Tavares garante que a cerveja está sempre gelada.

Na unidade da serra, ele e a mulher, Camila Isidoro, são os proprietários. Aqui em BH, contam ainda com dois tios. A pizza é a mesma, assada em forno a lenha construído pelo próprio Marcello. Ele aprendeu a preparar as redondas na Pizzaria Mangabeiras e, depois, acumulou conhecimento visitando casas cariocas e paulistanas.

O cardápio daqui tem todos os sabores de lá e mais alguns, como o de camarão, creme de abóbora com catupiry, queijo fundido e salsinha. Os preços são os mesmos: uma pizza de 35cm custa, em média, R$ 33. Marcello, que prepara pessoalmente as pizzas, se dividirá entre as duas casas, mas deverá ficar a maior parte do tempo em BH.

Para beber, o cardápio lista toda a linha da cervejaria Backer, algumas cervejas importadas, cervejas em garrafa de 600ml, chope Antarctica e 20 rótulos de vinho (cobra rolha). E para quem quer aprender a fazer pizza em forno a lenha, atenção: a nova casa deve promover em breve ciclo de cursos sobre o assunto, sempre às segundas.

sábado, 17 de outubro de 2009

A focaccia do padeiro

Outro dia comi uma boa focaccia e me lembrei de que havia conseguido uma receita desse pão com o padeiro Marcos Carneiro quando o encontrei na edição deste ano do Festival de Gastronomia de Tiradentes. Foi numa das edições anteriores do evento que o conheci. De lá para cá, soube que ele havia se mudado para o Rio de Janeiro. Perdi seu rastro e o reencontrei lá em Tiradentes. Ele está morando em Ubá e agora tem um blog, o Caderno do padeiro.



Ele faz todo tipo de pão e tem como uma de suas especialidades as receitas para celíacos - pessoas que não podem ingerir glúten. Mas foi uma tradicional receita de focaccia que ele me passou. O padeiro avisa que o procedimento de jogar água no fundo do forno (para criar vapor) pode entortar o metal, mas que ele pode ser trazido a sua forma original sem maiores transtornos depois. Penso que é mais prático colocar uma fôrma de alumínio vazia na parte de baixo do forno e jogar sobre ela a água. Alguém sabe dizer se dá certo assim?

Anote aí:

Ingredientes
2kg de farinha de trigo especial
1l de água
100g de manteiga
4 ovos
35g de fermento biológico
55g de açúcar refinado
55g sal marinho
3 ramos de alecrim
25g de sal grosso
30ml de leite
50ml de azeite extravirgem

Modo de preparo
Dissolva o fermento na água e acrescente metade da farinha. Deixe descansar em temperatura ambiente, num recipientecoberto com um pano. Junte os ovos e a manteiga e misture bem. Tempere com o açúcar, o sal marinho e o alecrim (reserve um pouco para a finalização). Dê o ponto da massa com o restante da farinha, até ficar homogênea. Abra a massa com as mãos e deixe descansar. Coloque-a numa assadeira e faça a cobertura com o azeite, o restante do alecrim, o sal grosso e o leite. Imediatamente antes de colocar a assadeira no forno médio preaquecido, jogue 30ml de água no fundo do forno para criar vapor. Feito isso, coloque a assadeira no forno e feche imediatamente. Deixe assar por 20 a 30 minutos.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Desfile de canhões em BH

Há poucos meses estive na Enoteca Decanter para uma degustação de ótimos vinhos da região francesa da Borgonha. Semana que vem, dia 21, sob a batuta do premiado sommelier Guilherme Corrêa, será a vez de conhecer "canhões" de outra grande região produtora do país, Bordeaux. Serão só grand crus:

2ème St.-Estèphe
Château Montrose 2001
91 pontos Robert Parker

2ème Pauillac
Château Pichon-Longueville Lalande 2001
93 pontos RP, 92 pontos Wine Spectator

5ème Pauillac
Château Pontet-Canet 2002
5 estrelas em 5 Decanter inglesa, 92 pontos WS

2ème St. Julien
Château Léoville-Barton 2002
5 estrelas em 5 Decanter inglesa, 92 pontos no RP, 18 pontos em 20 Jancis Robinson

3ème St. Julien
Château Lagrange 2001
90 pontos RP, 90 pontos WS

2ème Margaux
Château Giscours 2004
91 pontos RP, 93 pontos Wine Enthusiast

Grand Cru Classé Saint-Émilion
Château Troplong-Mondot 2002
91 pontos WS

Com o último vinho, será servido pernil de cordeiro com feijão branco preparado pelo chef da casa, Adenilson Fiúza. Para participar da degustação, que começa às 20h, cada pessoa paga R$ 390 (antecipado) ou R$ 450 (no dia). Informações: (31) 3287-3618 e (31) 3221-6415.

Um dia antes, na terça, dia 20, haverá na casa degustação orientada para harmonização de vinhos e queijos. Será às 20h, tendo no comando o sommelier Nelton Fagundes e a frommagier Lorena Lopes. A dupla falará sobre os estilos de queijos, tipos de leite, regiões produtoras, conservação, maturação, modo de servir e, é claro, harmonização com vinhos.

O custo é de R$ 95 (antecipado) ou R$ 110 (no dia) e os telefones para informação são os mesmos citados acima. Os preços que estão à frente dos queijos correspondem ao valor cobrado pela loja para quem quiser levá-los para casa. E haverá vinhos em promoção. Eis o roteiro:

Queijo: brie President (leite de vaca) - Île de France, França (R$ 89,90/kg)
Vinho: Ribatejo 2006 Azul Portugal (Ribatejo, Portugal)

Queijo: manchego D.O. (leite de ovelha) - La Mancha, Espanha (R$ 129,89/kg)
Vinho: merlot-tempranillo Crianza 2005 Artero (La Mancha, Espanha)

Queijo: grana padano D.O.P. (leite de vaca) - Piura Padana, Itália (R$ 99,90/kg)
Vinho: Casa Boschino IGT 2006 San Fabiano (Toscana, Itália)

Queijo: taleggio D.O.P. (leite de vaca) - Itália (R$ 144,90/kg)
Vinho: Barbera D’Asti Alasia 2007 Araldica (Piemonte, Itália)

Queijo: Saint Agur (leite de vaca) - Auvergne, França (R$ 137,44/kg)
Vinho: Porto Warre’s Ruby (Portugal)

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Botando a mão na massa - e de graça!



Erick Ricco/Divulgação

Sem alarde algum, a Cum Panio (Rua do Ouro, 292, Serra; 31 3225-5246) faz, certamente, alguns dos melhores pães disponíveis na cidade. É por esse motivo que faço questão de repassar cada novidade deles que fico sabendo. A de agora é o curso gratuito de pães rápidos que Camilo e Luciana, os proprietários-padeiros em questão, ministrarão nessa sexta-feira, dia 16, às 17h, no BH Shopping (parte da programação do projeto BGourmet). Inscrições pelo link http://www.bgourmet-bh.com.br/?pg=programacao. Dada a competência do casal em seu ateliê (que por sorte fica perto do jornal!), eu recomendo!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Lourdes: cabem mais restaurantes lá?

Notícia fresquinha: Lourdes vai ganhar mais dois restaurantes. Será possível? Gente, o bairro vai acabar em restaurante! É impressionante a quantidade de casas que estão sendo inauguradas por lá. Um dia a bolha vai estourar... Na verdade, um já está funcionando e ou outro será aberto ainda este mês.

O chef Val, que antes havia trabalhado no The Art from Mars há três semanas está à frente de sua própria casa, batizada de Maio e cuja proposta sintetiza como "comida caseira contemporânea". Só indo lá para saber o que é... Fica na rua Santa Catarina, 631.

Em fase final de obras, a risoteria Sorriso (que sacada, hein?!) terá só receitas assinadas por chefs da cidade, como Humberto Passeado, Leandro Pimenta e Beto Haddad. A consultoria é do próprio Leandro, que, coincidentemente, também passou recentemente pelo The Art from Mars.

Falando em Lourdes, outro dia soube que os proprietários do restaurante Dádiva (que também comandam o bar Tizé, em frente, e compraram o imóvel ao lado para abrir uma parrilla) adquiriram o bar Maria de Lourdes, também vizinho. São os novos donos do pedaço, portanto. A cozinha ficará a cargo da chef Sylvia Lis, que responde pelas demais casas do grupo. Será que vão arrematar aquele posto de gasolina também?

Muitos anos depois, no Tip Top

Remexendo fotos na máquina digital, encontrei duas que já deveriam ter sido postadas neste blog há muito tempo. Deveriam ter sido publicadas aqui na época em que o Tip Top comemorou seus 80 anos, em agosto deste ano. Estive lá fazendo matéria e aproveitei para fazer algo de que gosto muito: marcar a conversa para o início da tarde e chegar mais cedo, anonimamente, para almoçar. Sem paparicos. Pagando a conta. E assim foi feito.

O Tip Top é um bar, mas na hora do almoço, como convém a maioria dos restaurantes da cidade, há opções específicas para o horário, ou seja, pratos executivos. Mas não pedi nenhum deles, apesar de, pela descrição no cardápio, parecerem apetitosos. Queria os sabores autênticos da casa, queria as pedidas alemãs (eu sei, eu sei, os fundadores são uma tcheca e um romeno).

Confesso: a última vez em que estive lá foi com meu pai e eu ainda estava só no refrigerante. Mas provavelmente foi nas mesas do Tip Top que desenvolvi paixão pelas mostardas. Hoje sou tarado por elas. Papai sempre pedia salsichão para acompanhar a cerveja. As mostardas vinham junto. E eu lá, comendo da amarela e da escura.

Isso faz tanto tempo que nem dá para comparar os sabores da época com os que eu experimentei nessa última visita. Não seria nem justo. Afinal, a memória é traiçoeira e a nostalgia da infância mascara a realidade das lembranças. Enfim, comecemos do zero. Como meu almoço não podia demorar muito, fui objetivo: um salsichão para começar e servir de espera para o kassler, que seria meu almoço, de fato.



Ele chegou à mesa sem demora. Preferia eu mesmo tê-lo fatiado, mas tudo bem. Veio sem nenhum tipo de ornamento, tipo alface ou rodelas de cebola e tomate. Confesso que até prefiro assim, pois me incomoda a sensação de desperdício de alimento ou a "obrigação" de comê-lo para evitar o tal desperdício. Salsichão OK. Bom sabor. Sem surpresas. As mostardas continuam lá.

Devo elogiar a eficiência e cordialidade do garçom que me atendeu. Esqueci o nome dele, mas foi competente ao atender meu desejo (oculto de comparação jornalística): comer chucrute e salada de batata com o kassler. Ou era um, ou era outro. Mas ele soube me deixar satisfeito e propôs meia porção de cada. Quantas vezes os garçons não nos chateiam com inflexibilidades idiotas? Pois é.



O kassler chegou a mesa em duas belas peças e guarnecido do jeito que eu queria. Tudo saboroso, mas eu faria dois reparos por minha conta: deixaria o chucrute um pouco mais ácido (talvez esteja mais comportado para agradar ao tal "paladar da maioria") e condimentaria um pouco mais o amálgama da salada de batatas para torná-la menos tediosa. Como estava em pleno horário de trabalho, o chope ficou para a próxima.

E haverá próxima, pois quero experimentar o zegedinergulash (arroz cremoso com carne cozida, creme de leite e chucrute, servido com batatas e tiras de bacon), o rosbife de contrafilé e o spätzle (massa típica da Europa Central, que é feita na hora).

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Almoçando com "brimos" em SP

Aproveitei minha ida a São Paulo, mês passado, para conhecer restaurantes. Como cheguei de manhã e voltei cedo no dia seguinte, tive apenas a oportunidade de um almoço e um jantar. Fiz questão de que uma das refeições fosse no D.O.M., que ainda não conhecia. Como seria mais adequado ir lá no jantar, fiquei com o almoço livre. Apreciador da culinária árabe que sou (mais uma vez, o sangue não nega!), quis conhecer a cozinha de algum "brimo". Confesso que o primeiro lugar que me veio à cabeça foi o Arabia. Clichê, eu sei, mas (1) não conheço a casa, (2) tenho um livro maravilhoso, Líbano - Impressões e culinária, escrito pela proprietária Leila Kuczynski, (3) ela está bem colocada no Guia 4 Rodas e (4) para um forasteiro como eu, a casa talvez seja a mais conhecida do gênero. Quando a gente não conhece bem uma determinada cidade e está com pouco tempo, algumas vezes acaba se balizando pelos medalhões.

Mas não foi desta vez que conheci o Arabia. Ciceroneado por um amigo de lá, fomos parar no olho do furacão - arredores da Rua 25 de março! - para almoçar onde parte da colônia árabe paulistana o faz. Foi assim que chegamos a esse lugar:



Pois é, apesar de não parecer, essa é a entrada de um restaurante. Não tem placa na porta, nem indicações no corredor ou na portaria do prédio em que fica. Aliás, fica no primeiro andar de um prédio daqueles bem velhuscos, parecidos com os do centro de BH. Eis o salão do Monte Líbano (Rua Cavalheiro Basílio Jafet, 38, 1º andar, sala 101, Centro; 11 3229-4413):



Lugar de instalações simples, serviço rápido e comida honesta. Começamos com babaghannouj (fiquei feliz em constatar que é praticamente idêntico ao que faço em casa), tabule e pães. Os legumes estão incluídos no serviço:



Pouco depois chegou à mesa algo que meu anfitrião garantiu ser quase impossível de se encontrar em São Paulo, tripa de cordeiro recheada (com arroz e carne de cordeiro). Acredite se quiser, um prato leve:



Na sequência, favas variadas e grão-de-bico ao azeite e salsinha. Assim como a tripa, uma receita que ainda não havia experimentado. Algumas estavam cozidas demais para o meu gosto, desmanchando.



Para complementar, pedimos um quibe com pinole...



... e uma esfirra de zaatar fechada. Cada um provou um pedaço da pedida do outro:



Pode ter parecido uma comilança danada, mas não foi. Leves, tivemos ânimo para a sobremesa. Essa belíssima travessa de doces típicos fica no balcão, mas é trazida à mesa para que o freguês escolha o que mais lhe apetece:



Eu, é claro, fui de ninho com pistache. Delícia! Como de costume, rega-se a peça com calda antes de servi-la:



Café à maneira árabe para encerrar...



e a conta: R$ 50 por cabeça. Justo.

Na saída, seguimos pela rua que desemboca na portaria do prédio, a Comendador Abdo Schahin, em direção ao Empório Syrio (11 3228-3640), que fica à altura do número 136. Passamos pela porta de várias pequenas lojas árabes - entre restaurantes e empórios -, que exibem humildes cardápios e vitrines de doces típicos na porta. Uma pena não termos essa variedade em BH... Grande variedade de produtos; alguns eu desconhecia. Trouxe para casa um pote de geleia de figo com amêndoas e gergelim; um pote de berinjelas em conserva, recheadas com nozes; uma caixinha com sachês de sahlab (bebida feita com pó de raiz de orquídea; minha suspeita se confirmou: é o mesmo "salep" que provei na Turquia, só muda a grafia); zaatar libanês; e bandejinha com baclavas variadas. Halawa, havia e de algumas marcas (até diet), mas não do com pistache...

domingo, 11 de outubro de 2009

O mel que não conhecemos




Para quem pensa que mel é tudo a mesma coisa ou simplesmente não conhece muito sobre o assunto, a próxima edição do encontro "Entre Estantes & Panelas - A Gastronomia de Pensar" vem a calhar. Será no próximo dia 19, das 18h às 19h30, da Livraria Cultura do Conjunto Nacional (Avenida Paulista, 2.073). Como nas edições anteriores (na passada fui um dos convidados), a curadoria é do chef paulistano Alex Atala e do sociólogo Carlos Alberto Dória e a coordenação, da jornalista da Folha de S. Paulo Janaína Fidalgo, que nos conta em algumas linhas o que estará em pauta:

Desta vez, será aprofundado um assunto já levantado no encontro sobre Ingredientes e Territórios: abelhas nativas e um mel segregado. A inexistência de uma legislação que reconheça o mel das abelhas indígenas sem ferrão (Meliponíneas) e o potencial deste produto genuinamente brasileiro (produzido por uruçus, mandaçaias, tiúbas, jataís...) serão temas abordados por Paulo Nogueira-Neto, professor titular emérito da USP e um dos maiores especialistas em abelhas indígenas sem ferrão, e Roberto Smeraldi, jornalista e diretor da Amigos da Terra - Amazônia Brasileira. O encontro será mediado pelo sociólogo Carlos Alberto Dória, curador do evento junto do chef Alex Atala.

As senhas para assisitir à mesa redonda serão distribuídas no dia do evento, a partir das 17h. Informações: (11) 3170-4033.

O mexido do Vicente

Na edição deste ano do Festival de Gastronomia de Tiradentes comi muita coisa boa. Muitas delas, é claro, nos festins dos chefs estrelados, mas a que mais me deixou saudades mesmo foi no restaurante Estalagem do Sabor (Rua Ministro Gabriel Passos, 280, Centro, Tiradentes, 32 3355-1144). O mexido do Vicente é realmente de tirar o chapéu. Inexplicavelmente, ele o batizou de Mané sem jaleco (que é um dos outros nomes do bambá de couve, se não me engano), mas isso não tem lá grande importância. O ponto-chave da receita, segundo o próprio Vicente, é a substituição da gordura do bacon pelo azeite. Ele diz que se fizer com a gordura animal, ninguém aguenta comer o mexido até o fim. Vamos a receita:



Mané sem jaleco (o mexido do Vicente)

Ingredientes

200g de feijão vermelho cozido lavado, escorrido e frio
250g de arroz cozido (parboilizado, de preferência)
200g de bacon picado em cubinhos
1 cebola média picada em cubinhos
1 colher (chá) de alho amassado
1 concha pequena de azeite extravirgem
1 cubo de caldo de carne
1 pitada de pimenta-do-reino
1 folha de couve rasgada
3 folhas de couve picadas
1 folha de couve grande para decorar
1 pimenta dedo-de-moça para decorar
1 banana em rodelas
2 ovos
1 lombinho suíno
500g de banha suína

Modo de preparo
Tempere o lombinho com alho, sal e pimenta-do-reino a gosto. Coloque numa panela a banha suína e três copos de água e ponha o lombinho para cozinhar e fritar ao mesmo tempo em fogo médio, com a panela tampada. Assim que o lombinho estiver dourado, desligue o fogo e deixe-o dentro da panela. Enquanto isso, frite o bacon numa panela grande em fogo alto e escorra a gordura resultante. Abaixe o fogo, acrescente o azeite e o alho, deixe dourar, coloque a cebola, a pimenta-do-reino e o caldo de carne e mexa. Ajunte tudo para o canto da panela e no centro, onde ficar acumulado o azeite, coloque os ovos para fritar - mexa pouco para que os ovos fiquem em pedaços maiores. Coloque o feijão, o arroz, a couve rasgada e mexa devagar. Retire o lombinho da panela e fatie-o. Forre uma travessa com a folha de couve, coloque por cima o mexido, a couve picada, o lombinho fatiado e decore com a banana e a pimenta dedo-de-moça.

sábado, 10 de outubro de 2009

Bacalhau, bacalhau, bacalhau

Veterano de festivais próprios (cordeiro, frutos do mar, lagosta etc), o chef Gabriel Carvalho nos apresenta mais um, o do bacalhau. É a sexta vez que o realiza. Até dia 25 deste mês, de terça a domingo, promoverá em seu Sapore d'Italia (Rua Mestre Luiz, 64, São Pedro; 31 3227-4585) festival com o nobre peixe, trazido, como de costume, da Noruega. A saber: ele detem o título de campeão do Concurso Bacalhau de Ouro, promovido em 2002 pelo Consulado da Noruega e Conselho Norueguês de Pesca e disputado por 17 restaurantes de Belo Horizonte.

Os preços (por pessoa, bebidas à parte) variam entre R$ 56 e R$ 68, conforme o dia da semana, mas o serviço é sempre o mesmo: cada pessoa terá pela frente sequência de seis pratos, acompanhados por cesta de pães. Entre eles, estão bolinhos crocantes de bacalhau; bruschetta de bacalhau ao creme de cogumelo fresco; purê de bacalhau com batatas cozidas com leite, azeite extravirgem e ervas aromáticas ao molho pomodoro; bacalhau grelhado no azeite extravirgem aromatizado com ervas; e bacalhau curtido no leite com azeite, alho, ervas e temperos, empanado e assado lentamente ao forno, regado com o próprio molho.

E para quem não se contenta com essa variedade, o chef manda avisar que tem cartas na manga.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Blog novo na praça

O amigo Augusto Franco, super repórter do jornal Hoje em Dia, chegou recentemente a blogosfera com seu Prato do Dia. Para quem acompanha o universo gastronômico pela internet e mora em Belo Horizonte, trata-se de leitura obrigatória. Seja bem vindo!

Para quem, como eu, pretender ir mas ainda não foi ao Restaurante Popular, o post mais recente, no qual o blogueiro descreve sua visita ao local, é de grande interesse.

A saga do halawa com pistache

Abri meu último pote de halawa com pistache. Para quem não conhece, trata-se de um doce fabuloso, comum nos países do Oriente Médio. É feito bascamente com tahine (a mesma pasta de gergelim com a qual se faz homus e babaghannouj), açúcar e extrato de halawa (que é a raiz de uma planta). As maneiras de escrever o nome são as mais diversas: halawa, halva, halwa, halawi... As versões mais comuns disponíveis no Brasil, além da simples (que se resume a esses ingredientes), incluem pistache ou chocolate. Particularmente, prefiro a versão com pistache. Tradicionalmente, come-se com fatias de pão quente.



Em breve, inciarei nova saga para encontrar mais potes de halawa com pistache. Minha última compra foi um verdadeiro achado: levei para casa uns cinco potes da marca libanesa Zeenny (quem importa é a Maxifour), que encontrei no Carrefour do Shopping Del Rey a R$ 18,90, cada! Geralmente cada um custa entre R$ 25 e R$ 30. Empórios árabes costumam vender, mas nem sempre com pistache. O de Dona Hana, no Mercado Central, vende pedaços de halawa tirados de barras grandes, mas só puro ou com chocolate. Se não me engano, vi por lá uma marca menos conhecida com pistache. Vou conferir. O restaurante Al Sultan, se não me engano, tem.

Num dos empórios do centro de São Paulo, onde estive mês passado, a variedade de halawa era grande. Tinha até diet, mas o bendito com pistache estava em falta. Para servir de consolo, comprei um pote de doce tentador, também da Zeenny: figo com gergelim e amêndoas. Deve ser uma coisa...

Enfim, se alguém souber de outros lugares onde encontrar o halawa com pistache, manifeste-se, por favor.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O agenciador

Escrevendo agora há pouco sobre os chefs que vieram e virão ao restaurante Dádiva, me lembrei de que todos chegaram/chegarão ao Brasil contratados pelo mesma pessoa: o consultor gastronômico Roberto Jardim. É ele quem contrata boa parte dos chefs estrangeiros que cozinham no Brasil atualmente - muitos deles estrelados pelo Guia Michelin. A relação dele com eventos mineiros da área começou ano passado, no Festival de Gastronomia de Tiradentes. Na edição do evento deste ano também foi ele o responsável pela vinda da maioria dos chefs de fora. Ao que tudo indica, vai continuar trazendo gente estrelada para cá.


Capovilla/Divulgação
Por isso, aproveito para publicar aqui novamente a entrevista que fiz com ele ano passado, à ocasião da 11ª edição do Festival de Gastronomia de Tiradentes, para o caderno Divirta-se do jornal Estado de Minas:


Cachês astronômicos, humor imprevisível, passagens de primeira classe, bebedeiras, noitadas com mulheres. Parece relato de visita de astro do rock em turnê pelo mundo, mas não é. Acredite se quiser: esse é o retrato não muito raro do que é a vinda de um chef aclamado no exterior ao Brasil. Lidar com desejos estranhos e imposições dignas de artistas faz parte do dia-a-dia de quem contrata essas estrelas do universo gastronômico. Haja jogo de cintura. Quem conta é consultor gastronômico Roberto Jardim, que há 12 anos traz para o Brasil e capitais sul-americanas principalmente chefs estrelados pelo renomado guia Michelin. Para o Festival de Gastronomia de Tiradentes, “escalou” Kazuto Matsusaka, Pierre Sauvaget, Patrick Gauthier, Christian Le Squer e Benedetto Bartolotta.

Contratar um grande chef é como contratar um artista?
É parecido. É um trabalho complicado. Tem que ter paciência em alguns casos, como o do chef espanhol que foi todos os dias ao salão depois do jantar, menos no último, quando o embaixador da Espanha estava presente. Foi uma grosseria. Insisti muito e ele disse que no restaurante dele, em Madrid, ele recebia o pei. Embaixador era pouca coisa para ele. Ano passado, voltou ao Brasil para dar um curso. No contrato, omitiram o tema da aula e ele chegou para falar sobre “Como ser um grande chef como eu”.

Quais são os critérios para escolher chefs para festivais?
Primeiro, o boca-a-boca. Pergunto aos chefs quem me recomendariam. Depois, visito o local. Normalmente, não me identifico. Se gostar da comida, só depois de pedir a conta vou falar com o chef. Trabalho eventualmente com chefs sem estrelas, mas desde que trabalhem num restaurante ou hotel conhecido. A mídia gosta disso. Também me previno com opiniões de chefs muito amigos, que são “consultores de humor de chefs franceses”.

Que tipo de exigências eles fazem?
Quase todos querem suíte, querem espaço. E querem jantar nos melhores restaurantes. Quando estão aqui, as despesas vão lá em cima. Nem sempre tenho cortesias. Também controlo um pouco as bebidas. Um deles me deu um estouro de mais de R$ 2 mil em dois dias de champanhe. Saiu com as gatas e ainda bem que não mandou a conta delas. Pedem dois ou três dias a mais, para ficar de férias no Rio de Janeiro. Um deles pediu para ficar três dias em Copacabana ou Ipanema, acompanhado pela mulher, olhando para os traseiros das mulheres brasileiras. Além disso, alguns exigem viajar em primeira classe. Hoje é muito difícil trazer um chef em classe turística.

Quanto cobram os chefs estrelados?
Dentro do cartel de chefs três estrelas, há quem cobre 5 mil euros por dia de trabalho. Outros chegam a cobrar 15 mil euros. Ferran Adrià não pode vir para um festival porque depende de um laboratório que está anexado à sua cozinha. No Brasil, não temos nada que se compare, nem de perto, a cozinha que ele tem. O custo para trazê-lo e montar essa estrutura seria inviável. Assim como Pierre Gagnaire, ele deve cobrar em torno de 15 mil euros por dia.

Os chefs sentem receio em vir trabalhar aqui?
Muitos têm medo de se ausentar de Paris. Os três estrelas, sobretudo, só querem sair de quando fecham o restaurante, nas férias de agosto. Por isso tenho muitos eventos nesse mês. Acham que se saírem, um fiscal do guia Michelin pode chegar e lhes complicar a vida. Às vezes, têm receio de não ter equipamentos e ingredientes aos quais estão acostumados. Nossa manteiga, por exemplo, tem muito mais água que a européia. E só usam chocolate belga. Há chefs que praticamente nem tocam em pratos na cozinha. Trazem ajudantes, ficam olhando e, no final, provam para ver se há necessidade de fazer alguma correção. Mas há estrelados que até cortam cebola.

Qual é o melhor mercado para esses chefs?
O Japão. Já tenho chefs contratados para ano que vem e para 2010, apesar de nem saber ainda onde vão cozinhar. Se eu não contratar agora, os japoneses contratam na minha frente. Contratam um, dois anos antes. Passei a usar o critério deles, para me garantir. Hoje, posso fazer isso tranquilamente, pois tenho patrocinadores programados. Atualmente, sou quem mais contrata chefs estrelados pelo guia Michelin. Trago ao Brasil entre 25 e 28 chefs por ano.

O filão do festival



Arquivo pessoal

O restaurante Dádiva (Rua Curitiba, 2.202, Lourdes; 31 3292-9810) gostou mesmo desse negócio de trazer chef estrangeiro para cozinhar lá. Depois dos franceses Marc Meurin (Restaurant Marc Meurin, duas estrelas no guia Michelin) e Emmanuel Ruz (Lou Fassum, uma estrela), que apresentaram festivais gastronômicos na casa nos últimos dois meses, semana que vem será a vez do conterrâneo Christophe Bacquié (foto), do restaurante do Hôtel du Castellet (uma estrela). Ele comandará festival no restaurante terça e quarta, dias 13 e 14, com menu degustação a R$ 200 (individual; não inclui bebidas). Eis o prato a prato do chef:


Amuse bouche
Declinação de texturas e sabores em torno do lagostim

1º prato
Escalope de foie gras, tartar de figos frescos, batatas anna e molho de pato levemente ácido ao vinagre de mel

2º prato
Vieiras com risoto cremoso

3º prato
Filé mignon; alcachofra e funcho salteados; rúcula e parmesão; molho de manteiga de anchovas

Pré-sobremesa
Transparência de frutas exóticas e espuma ao perfume de erva cidreira

Sobremesa
Chocolate e pralinê em massa fina crocante, sorbet de gianduia e folhas achocolatadas

E a casa anuncia para o decorrer do ano que vem mais quatro festivais de chefs estrelados pelo Michelin.

Lá vem mais um bar

Estive na Savassi anteontem e flagrei o futuro bar Liberdade em obras, na Rua Alagoas. Uma equipe de limpeza havia ficado de entrar no local ontem para trabalhar 24 horas por dia. O imóvel já abrigou o restaurante Chico Mineiro, o bar Espaço Real (que teve curta vida) e, por último, o japonês Oishi. Desta vez, os donos são os mesmos do vizinho Chez Bastião. O investimento, incluindo compra do ponto e obras, é de cerca de R$ 500 mil.



As especialidades da casa serão petiscos e pratos mineiros. A fórmula é a seguinte: servir os tira-gostos de botecos copo-sujo num ambiente mais bonito, padrão "zona sul", com opções do tipo leitão, arroz com suã e arroz com pequi nos fins de semana. Exatamente por tudo isso é que foi mantido o marco da Estrada Real que chegou com a abertura do bar Espaço Real. A inauguração está prevista para a próxima quarta-feira, dia 14.



O cardápio também listará carnes na brasa, linguiça de fabricação própria, petiscos "obrigatórios" (batata frita etc) e feijoada servida à mesa aos sábados. O novo bar terá cerveja de garrafa e chope, privilegiando a linha completa da Itaipava. Haverá ainda um paredão de cachaças com rótulos bem antigos e raros, como o da marca Pelé (esta, especificamente, não estará à venda).

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Braca X Braca

O colunista Mário Fontana nos informou em sua coluna de ontem que os proprietários do Braca, bar inaugurado recentemente em Lourdes (já comentei aqui e fiz matéria sobre ele), teriam recebido pedido do bar carioca Bracarense (no qual foi assumidamente inspirado) para que mudassem o nome da casa.

O que acham disso?

Inchaço na Boa Lembrança

Recentemente tomei conhecimento de que a Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança está beirando as 100 casas filiadas e que não permitirá novas adesões. Ocupando duas das últimas vagas estão dois restaurantes de Belo Horizonte: Gomide (já anunciou para março seu prato de estreia) e Haus München. Ao que parece, restou apenas uma única vaga para ser disputada pelo país inteiro. Quem vai ocupá-la?