terça-feira, 28 de setembro de 2010

Este blog mudou de endereço!

Caros leitores,

a partir de agora o Blog do Eduardo Girão tem um novo lar: está entre os blogs da redação do jornal Estado de Minas, no recém-lançado portal EM.com. Anotem aí o endereço:

www.dzai.com.br/eduardogirao/blog/blogdogirao

Convido todos vocês a visitar a nova versão, na qual darei sequência ao trabalho que já conhecem por meio deste blog. O espírito do Blog do Girão é o mesmo - incluindo a cozinha do cabeçalho, como certamente vão reparar!

Se tudo der certo, todo o conteúdo daqui será levado para lá em breve. As barbadas da semana continuarão sendo postadas e também poderão ser acessadas clicando no botão “Ainda dá tempo?”, que fica na barra horizontal vermelha, logo abaixo do cabeçalho. Ajustes que se fizerem necessários serão feitos com o passar do tempo. Sugestões serão muito bem-vindas.

Apesar de interromper as atualizações aqui, não desativarei este blog e continuarei a responder eventuais comentários. Aproveito para deixar o meu muito obrigado a todos vocês que passaram por aqui - lendo, comentando, sugerindo, criticando, elogiando - e ajudaram a fazer deste um espaço cada vez melhor e mais visitado. Bom, isso está ficando com clima de despedida...

Não estamos pedindo a conta, mas só mudando de mesa! Espero vocês lá!

Abraços.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Barbada da semana

Acabo de recolher no site Submarino algumas barbadas literárias que achei bem interessantes:

- O belíssimo tarugo Escoffianas brasileiras, de Alex Atala, por R$ 167,90 e frete grátis
- O imperdível senso de humor do chef, escritor e apresentador de TV norte-americano Anthony Bourdain no clássico Cozinha confidencial por R$ 38,90
- O utilíssimo Cozinha italiana completa, de Carluccio, por ridículos R$ 33,90
- O sommelier australiano Matt Skinner, dono de estilo jovial e direto-ao-ponto de falar sobre vinhos, surge com seu Sem segredos por meros R$ 33,90
- E uma pá de bons livros da Senac SP por, no máximo, R$ 38 (originalmente custam entre R$ 50 e R$ 60, em média)

Tenho todos esses em casa e recomendo.

domingo, 26 de setembro de 2010

BHRW: Ficus

Todo mundo aqui sabe a que me refiro quando cito o extinto restaurante Aurora? Bom, para encurtar essa introdução, por hora basta dizer que era uma das melhores e mais caras casas de Belo Horizonte. Foi fechada este ano e fãs incondicionais do chef Mauro Bernardes (como eu) ficaram órfãos. Há pouco tempo divulguei neste blog que ele estava assumindo a cozinha do Ficus, em Lourdes, e como a casa é uma das 3o que participam da primeira edição da Belo Horizonte Restaurant Week, o que parecia impossível aconteceu. Entrada, prato principal e sobremesa "à la Aurora" por R$ 39!

Estive ontem à noite lá e pude matar, de alguma forma, um pouco das saudades do Aurora. Não teve quebra de pratos de gesso, chuva de pétalas nem aquela imprevisível trilha sonora, mas, mesmo assim, pude ouvir ecos de outrora. Receitas inteiras estavam lá no menu da BHRW, como o incrível "jardim florido", além de preparações que eram comuns na cozinha do antigo restaurante. Redução de porto, terrines, filés altos de peixe, ingredientes do extremo oriente... Até erros de grafia de velhos pratos dele estavam lá, agora impressos no menu temporário do evento.

Fui de "jardim florido" (consomê frio de mexerica com laranja, brotos, flores, azeite aromatizado e pimenta); filé ao molho de vinho porto com terrine de batata e bacon (estava ótimo e a carne veio exatamente no ponto pedido); e salada de frutas com especiarias e espuma de coco. Fui feliz do início ao fim nessas minhas escolhas, incluindo também o vinho, um bom tinto português do Douro. Todos na mesa (éramos oito) concordamos que a carta de vinhos carecia de opções de rótulos abaixo de R$ 70. Fica meio puxado tomar vinho assim, não acham?

Saí do Ficus feliz em rever o chef, afinal, seria um baita desperdício tê-lo fora do nosso circuito gastronômico. Além disso, voltei para casa também ansioso pelo novo cardápio que ficou de apresentar ao público dentro de aproximadamente 20 dias. Em breve darei mais notícias a respeito.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

BHRW: Hermengarda

Ontem fui ao Hermengarda para conferir o menu que a casa preparou para a primeira edição da Belo Horizonte Restaurant Week. Gostei muito e recomendo.

No final da tarde de domingo liguei para lá e reservei mesa para quatro pessoas - sem dificuldade alguma e com pelo menos três opções de horário. Cheguei cinco minutos antes (19h55) e encontrei o salão já consideravelmente cheio. Minha mesa estava lá, naquele corredor lateral, à nossa espera. O ambiente se manteve agradável até o final da noite, mesmo com a casa lotada, o que também não comprometeu o atendimento, atencioso do início ao fim.

Fomos felizes na escolha dos vinhos - um espumante nacional e um rosê francês -, servidos com atenção pelo simpático garçom, na temperatura correta e em boas taças. Antes de pedi-los e dar início ao menu do evento, demos uma olhada pelo cardápio fixo e deixei registradas na memória três tentadoras "pendências" para visitas posteriores: arroz à Amado (com polvo, queijo coalho e castanhas portuguesas); camarão ao molho de pitanga (esqueci qual era o acompanhamento); e badejo ao molho de limão com arroz de coco e farofa de camarão. Ai, ai...

O menu em questão começou com porção de cogumelos de paris recheados com linguiça defumada e escoltados com juliana de legumes al dente. Comeria mais meia dúzia deles tranquilamente:


Em seguida, lombo de porco ao molho de cupuaçu com farofa de bacon, damasco seco e azeitonas verdes. O ponto alto da noite, sem dúvida. O molho denso e pungente (trata-se de cupuaçu, afinal) casou bem com a carne e também fez sucesso na mesa a farofa, cuja combinação de "pertences" funcionou muito bem. Damasco seco e azeitona na farofa? Soa menos estranho se lembrarmos que muitas farofas (natalinas, inclusive) são feitas com ameixa seca, passas, azeitona, bacon etc. Ah, a farofa é elaborada com farinha de Teixeira de Freitas, na Bahia. Estava realmente deliciosa. Eis o prato:


Para fechar, a sobremesa mais reproduzida das Minas Gerais: goiabada em crosta de castanha de caju sobre requeijão. Dizem que foi inventada no restaurante Tragaluz, em Tiradentes. Enquanto nenhum arqueólogo com ênfase em gastronomia aparece para desmentir, sigo acreditando na história. Uma combinação que não tem erro:


Já programei minha próxima ida a uma das casas da BHRW e, na volta, conto aqui como foi. Por enquanto, fica registrada aqui a ótima experiência que tive no Hermengarda. A propósito, reforço a necessidade de reservar com antecedência lugares nos restaurantes participantes do evento. Ontem mesmo presenciei fila na porta do Hermengarda e ouvi do chef da casa, Guilherme Melo, que não há mais vagas para esta semana. No entanto, acredito que não custa nada sondar possibilidades pelo telefone.

De volta às vacas magras

Fui informado há pouco de que o Obar, casa de petiscos e ampla carta de cervejas dos mesmos donos d'A Obra, foi fechada. Uma pena. Agora o jeito é a gente se consolar com a (falta de) comida d'A Obra: os amendoins e pimentinhas sobre o balcão, as azeitonas de saquinho, os pacotinhos de Ruffles. Se minhas últimas lembranças de lá (d'A Obra) correspondem à realidade, ao menos a variedade de cerveja do famoso inferninho não era nada má. Sei que pode aparecer gente aqui para dizer que ninguém vai à A Obra querendo petisco (e, sim, bebida, música, pista de dança etc), mas não há quem sobreviva à bebedeira de estômago vazio. Exceto se forrar o estômago do lado de fora, antes de entrar. E aquela loja de conveniência quase ao lado, francamente, não é opção das mais atraentes...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Sorvetes para a primavera

Um post rápido e rasteiro apenas para informar que a sorveteria Easy Ice lança nessa quinta, dia 23, novos sabores para comemorar a chegada da primavera. Cada sorvete foi sugerido por um chef da cidade:

- Guilherme Melo, do Hermenganda, criou o de açafrão italiano, água de rosas e creme de leite fresco
- Américo Piacenza, do Piacenza, criou o de lavanda com raspas de limão
- Aline Paiva, do Chez Aline, criou o de hibisco
- Henrique Gilberto criou o de mel com laranja e água de flor de laranjeira e também o de baunilha e flores comestíveis, ambos harmonizados com pralinê de castanha
- Márcio Santoro, do Benvindo, criou o de violeta com xarope parisiense (e esse xarope seria... ?)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Atenção: Sergio Arno, semana que vem

Semana que vem o chef Sergio Arno virá a BH para duas noites de festival no seu La Pasta Gialla, dias 29 e 30. A ideia dele, desta vez, não é nova - cruzar produtos mineiros com pratos e técnicas italianas -, mas o menu me despertou interesse. Vejam se concordam ou não comigo:

Entrada
Bruschetta de jiló com carne moída e queijo canastra
ou
Salada de couve morna com tiras de frango crocante, bacon e cebola

Primeiro prato
Canjiquinha com ragu de perdiz em seu próprio molho
ou
Raviolone de requeijão da serra (que Serra?, pergunto eu), quibebe e carne seca crocante

Segundo prato
Tagliatelle com ragu de frango caipira e orapronóbis
ou
Risoto de suã desossada com feijão fradinho e queijo coalho

Terceiro prato
Lombo de porco ao leite com ervas aromáticas e polenta
ou
Filé de peixe com molho de limão caipira (seria orgânico? capeta?), capim santo e citronela com pupunha assada.

Sobremesa
Será surpresa, informa a casa.

Querendo conferir (eu estou querendo), adianto que esse menu custa R$ 95 por pessoa, com bebidas e serviço à parte. O La Pasta Gialla fica na rua Levindo Lopes, 96, Savassi. O telefone de lá é (31) 2515-9696.

Barbada da semana

A barbada desta semana não poderia ser outra que não a Belo Horizonte Restaurant Week, que começa hoje na cidade, reunindo 30 casas e seus menus de três etapas a preço fixo reduzido (R$ 27, 50 no almoço e R$ 39 no jantar, por pessoa) até dia 3 do mês que vem. Vocês podem ler neste blog o que andei escrevendo sobre o evento nas últimas semanas, sendo que a lista completa de casas participantes está aqui. Querendo ver os cardápios de cada uma, clique aqui.

sábado, 18 de setembro de 2010

Para não dizerem que não falei...

Já que em postagens passadas escrevi sobre a BHRW e o BH Bom de Mesa, ficou faltando, ao menos, publicar algo a respeito do Circuito Gastronômico da Pampulha. Afinal, são os três eventos que serão realizados simultaneamente em BH a partir de semana que vem, numa das agendas gastronômicas mais cheias dos últimos anos na cidade. Para quem conhece o Passaporte Belvitur, o funcionamento do evento na Pampulha é quase o mesmo: 10 casas da região oferecem desconto de 100% no prato do acompanhante até 30 de novembro. Para não deixar dúvida: você, de posse do passaporte do evento, paga pelo seu prato e ganha o do seu acompanhante. Eis a lista de participantes:

- Anella (cozinha italiana)
- Burgueria Original (sanduíches)
- Café Paddock (cozinha variada)
- Des Amis (cozinha variada)
- Paladino (cozinha variada)
- Parrillero (carnes)
- Quintal (carnes)
- Verde Essencial (cozinha variada)
- Xapuri (cozinha mineira)

Teremos um "gastropub" na Savassi?

"Duke'n'Duke - Pub and kitchen".

Quem flagrou a casa, que fica na Rua Alagoas, entre Contorno e Getúlio Vargas, na Savassi, foi a leitora e jornalista Clara Belo, do Quitutes Gourmet. Ao que tudo indica, ainda não foi inaugurada. Seria um daqueles autênticos bares com comida de alto nível - os gastropubs -, tão comuns na Europa e já presentes em São Paulo?

Para se ter ideia da representatividade desse segmento lá fora, recomendo dar uma olhada no guia Eating Out in Pubs, editado anulamente pela Michelin (a mesma do temido guia vermelho, que concede e toma as famosas estrelas a restaurantes pelo mundo) com resenhas de pubs que servem boa comida na Grã-Bretanha e Irlanda. Tenho a edição de 2010, uma tremenda mão na roda para os interessados de passagem pela região. A propósito, a edição de 2011 já foi lançada. Vale a pena dar uma olhada. Ah, nesse link dá até para baixar a lista completa dos pubs incluídos no lançamento.

Bom, voltando ao tal Duke'n'Duke, vi que o site da casa ainda está em construção e o twitter entrou em ação ontem. Alguém tem mais informações a respeito?

terça-feira, 14 de setembro de 2010

BH Bom de Mesa: alguns menus

Atendendo a pedidos, publico aqui a lista de restaurantes participantes da segunda edição do BH Bom de Mesa, festival que reunirá chefs anfitriões (BH) e convidados (vários estados) na capital mineira, todos filiados a Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança. O evento será realizado de quarta a sexta da semana que vem (dias 22, 23 e 24), com menus de três etapas em torno de R$ 100 (individual). A cada jantar que o freguês comparece, ganha, como de praxe, um prato de cerâmica decorativo. Anotem aí:

- A Favorita convida Empório Ravióli (São Paulo)
- D’Artagnan convida Picuí (Maceió)
- Gomide convida Ponte Nova (Recife)
- Haus München convida Bistrô D'Acampora (Florianópolis)
- Osteria Mattiazzi convida Babel (Brasília)
- Patuscada convida Terraço Itália (São Paulo)
- Splendido convida Sagrada Família (Rio de Janeiro)
- Taste-Vin convida Sushi by Cleber (Porto Alegre)
- Vecchio Sogno convida Cantaloup (São Paulo)
- Xapuri convida Parador Valencia (Itaipava)

Como não tenho todos os menus em mão, aí vão alguns:

A Favorita
- Entrada: porchetta romana
- Primeiro prato: sopa de feijão borlotti com frutos do mar; pancetta ao perfume de alecrim
- Segundo prato: raviolone d'oro com creme trufado
- Sobremesa: sorbet de limão siciliano em sua casca

D'Artagnan
- Entrada: queijo coalho com manjericão e tomate seco flambado com licor de laranja
- Prato principal: carne de sol na manteiga de garrafa com creme de jerimum e crocante de batata doce
- Sobremesa: cocada mole com sorvete de rapadura e calda de mel de engenho

Patuscada
- Entrada: torre de tomate com queijo temperado com ervas e berinjela, acompanhada de crostini
- Prato principal: pato confitado ao molho de castanha portuguesa com risoto de abobrinha
- Sobremesa: crumble de morango com laranja e creme de zabaione

Taste-Vin
- Entrada: ceviche de salmão com fundo de maracujá condimentado com kiwi
- Prato principal: combinado de sushi e sashimi
- Sobremesa: sorvete de creme, banana flambada com shochu, laranja, mel e canela

Xapuri
- Entrada: salada de legumes assados com bacalhau
- Prato pincipal: arroz de coelho
- Sobremesa: leche frita

Trombada de caminhão, cegonheira e carreta

Eu notei, você notou, todos devem ter notado. A nossa tão esperada Belo Horizonte Restaurant Week, que começa na próxima segunda-feira, vai acontecer sem a participação de vários dos restaurantes mais conhecidos e caros da cidade. Cadê o Vecchio Sogno, A Favorita, Splendido, Taste-Vin e D'Artagnan, por exemplo?

Procure na lista dos participantes da segunda edição do festival BH Bom de Mesa e você vai encontrá-los, além do Xapuri, Patuscada, Osteria Mattiazzi e Gomide. Trata-se de festival de filiados à Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança, que acontece também semana que vem, entre os dias 22 e 24. Sem falar no Circuito Gastronômico da Pampulha (de amanhã a 30 de novembro, com nove casas), cujo impacto não parece tão grande em termos de operação, mas não deixa de ser impacto.

Está explicado.

Puxa vida, esse três eventos tinham de ser feitos simultaneamente? É claro que nenhum chef é louco de colocar sua cozinha de pernas pro ar e sua equipe de cabelo em pé para participar de mais de um festival ao mesmo tempo! É muita confusão!

A BHRW provavelmente vai atrair multidões em busca dos mesmos pratos e ao mesmo tempo, enquanto o BH Bom de Mesa consiste em ter um chef de outro restaurante dentro da cozinha anfitriã, numa rotina temporária muito específica. Ambos acontecendo dentro do já atribulado cotidiano dos restaurantes. Já o Circuito Gastronômico da Pampulha é mais uma questão de desconto na conta do que de alteração de pratos, menus e chefs.

Como participar de eventos como esses dois primeiros ao mesmo tempo? Resultado: só o Haus München encarou a onça.

A esmagadora maioria dessas casas optou por ficar só no BH Bom de Mesa, esvaziando a BHRW das opções que seriam as mais atraentes em termos de redução de preço. E o público nisso tudo? Saiu perdendo feio. Ficamos sem a chance de conferir a R$ 40 menus de restaurantes que costumam cobrar no mínimo o mesmo por um único prato individual.

Entrevistei o organizador da RW no Brasil, Emerson Silveira, e ele pisou em ovos quando toquei no assunto. Foi muito diplomático, mas deu para perceber que não estava feliz com isso. A organização do evento queria que 40 restaurantes participassem em BH, e não 30. Mas Emerson disse que esse número estava dentro do esperado e que São Paulo, por exemplo, hoje com cerca de 200 casas listadas e duas edições anuais, começou em 2007 com apenas 45 endereços.

A política dele é a de não competir com outros eventos e não forçar a barra. Acredita que os restaurantes passarão a participar da BHRW naturalmente, pouco a pouco - tomara que ele esteja certo. Curitiba, que também estreia este ano na RW, começa com 30 e já tem 54 inscritos para a edição do ano que vem. Belo Horizonte, adianta Emerson, terá duas edições ano que vem: uma em janeiro e outra entre julho e agosto. A expectativa é a de que pelo menos 50 restaurantes integrem a próxima BHRW. Ou 70, na previsão mais otimista do organizador.

Só para ficar claro: não estou desmerecendo os 30 restaurantes da lista de BH. Acho a lista boa, mas se o objetivo é democratizar a alta gastronomia (palavras do próprio Emerson, o organizador da BHRW), casas como as que faltaram não poderiam ter ficado de fora. E não tenho, obviamente, nada contra o BH Bom de Mesa e o Circuito Gastronômico da Pampulha; muito pelo contrário. Só acho uma loucura todo mundo querer fazer tudo ao mesmo tempo.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Mauro Bernardes está de volta!

Bem que eu havia notado. O primeiro prato do restaurante Ficus no menu da Restaurant Week estava com cara de ter sido roubado do Aurora. É o inesquecível "jardim florido": um prato com brotos, ervas e flores comestíveis com pingos de azeite aromatizado, sobre o qual é vertido consomê gelado de laranja e mexerica. Quem teria a cara de pau de copiar um prato tão singular como esse? Pois é, acabo de saber que Mauro Bernardes, chef que fez do extinto Aurora um dos mais indispensáveis restaurantes belo-horizontinos, está de volta. Que ótima notícia!

Mauro assumiu há alguns dias a cozinha do Ficus, aberto há poucos anos em Lourdes por Renato Savassi, também proprietário do tradicional La Traviata, na Savassi. O chef me disse que está trabalhando no novo cardápio, que será apresentado em cerca de 20 dias e será baseado em clássicos franceses - com toques pessoais, obviamente. Me adiantou, inclusive, que quer preparar canard à la presse, a clássica receita de pato do restaurante parisiense La Tour d'Argent, na qual as partes da ave são servidas com molho feito com o próprio sangue (extraído ao prensar sua carcaça com a pele e restos da carne).

Pago para ver se um chef do calibre do Mauro conseguirá imprimir apenas alguns "toques pessoais" ao cardápio francês!

Nova visita ao Bhagwan

Também semana passada aproveitei o feriado para retornar ao Buffet Bhagwan (Bhagwan, para os íntimos). Passei pela porta dele algumas vezes desde a visita passada e as mesas visíveis estavam sempre cheias, o que atiçava ainda mais minha vontade de voltar para conferir pratos diferentes e ver como o chef indiano Bhagwan Sinh e sua filha, Rukmani, estavam se saindo na cozinha e no salão. Para ler o relato da minha primeira ida lá, clique aqui.

Cheguei com minha mulher por volta de 13h ao restaurante, que tinha apenas uma mesa ocupada e nenhum sinal de garçom a vista. Em cinco minutos, apareceu Rukmani, cujo português falado, ainda muito tímido, parece estar em evolução. Começamos com o pão naan com alho e manteiga assado no tandoori: saboroso como na última vez, embora ligeiramente sapecado numa das pontas.

Pedimos samosas mistas (frango; legumes; e ervilha com batata e amendoim) na sequência, que chegaram com os habituais chutneys de mamão, coco e tamarindo - todos ok. Mais um naan chega à mesa, desta vez simples, mas igualmente queimadinho demais numa das extremidades. Nada que comprometa, mas é bom que o chef fique mais atento para que descuidos como esse não virem regra.

De prato principal, optamos novamente pelo chicken tikka masala e, para escoltá-lo, arroz com especiarias. Como da última vez sentimos falta do "calor" das especiarias, solicitamos que nosso pedido fosse incrementado nesse sentido. Foi parcialmente atendido, pois, como temia, foi entendido simplesmente como "mais pimenta". A graça da comida indiana não está só no "ardor", mas também no "calor", ou seja, naquela série de sementes, folhas, pós e temperos que enriquecem o sabor e aroma dos pratos. Bom, de toda forma, ficamos mais satisfeitos.

Outro ponto importante: o tandoor, o típico forno de barro cilíndrico dos indianos, é conhecido por conferir ótima textura às carnes nele cozidas. Ficam douradas por fora, mantendo o interior incrivelmente macio e suculento. Os cubos de frango do nosso tikka masala não estavam tão longe assim disso, mas, como no caso do naan (o pão que veio um pouco queimado), acredito que um pouco mais de cuidado resultaria num efeito bem melhor.

Ah, vi um rapaz com cara de indiano atendendo as mesas com Rukmani. Salvo engano, é amigo da família. Bom saber que estão reforçando o time do salão, pois já ouvi relatos desastrosos de quem esteve lá com casa cheia. No dia desta minha segunda visita, chegamos com a casa praticamente vazia e a deixamos quase lotada, sem ter um problema de atendimento sequer. Ponto para eles.

Mesmo com os pequenos tropeços que relatei, considero que o Bhagwan continua sendo um lugar que vale a visita. Ambiente informal, comida ok e preços que não assustam (R$ 70 para duas pessoas). Na próxima vez, quero experimentar pratos com cordeiro ou peixe, pois acabamos repetindo as pedidas da última visita!

Barbada da semana

Semana passada entrei, quase sem querer, no supermercado Morini de Lourdes. Fui direto a seção de vinhos e dei de cara com o tinto português Paulo Laureano Premium 2008 por R$ 35,99! Essa linha do brilhante enólogo lusitano é composta pelos rótulos "clássico", "premium" e "reserve" e, tendo em vista que o primeiro deles (que é o mais simples) já me agradou bastante, estou com altas expectativas em relação ao segundo, que ocupa posição intermediária. Já está na minha adega.

Nas prateleiras da loja, além do PL Premium, havia alguns rótulos do argentino Los Alamos, clássica opção de bom custo/benefício, que havia visto à venda apenas na Mistral até então. Todos a R$ 31,99. Minutos antes um amigo havia me indicado um rótulo também argentino, o Alto Las Hormigas, que, coincidentemente, encontrei no Morini - R$ 37,99. A conferir.

E na semana que antecedeu o feriado de 7 de setembro dei um bordejo pelas gôndolas do Super Nosso do Gutierrez, onde encontrei cestas cheias de produtos em oferta. Alguns realmente tentadores, outros nem tanto. Água de flor de laranjeira Zeenny (R$ 9,90, 500ml), vinagre de vinho sabor estragão Maille (R$ 9,90), moedor de pimenta Carmencita (com pimenta branca; cerca de R$ 9, 45g), frutos do mar em conserva, antepastos, azeites e vinagres, entre outros produtos, vários abaixo de R$ 7.

sábado, 11 de setembro de 2010

BHRW: a lista definitiva

Caríssimos leitores, em primeiro lugar me desculpo com vocês pela ausência aqui neste blog. Me encontrei imobilizado pela seguinte série de acontecimentos: o glorioso retorno das férias, a imediata catapultagem para o Festival de Cultura e Gastronomia de Tiradentes por dois fins de semana seguidos, o brutal ciclo de 10 dias de gripe (pacote completo, com tosse, coriza, espirro, calafrio, mal estar e ausência de olfato) e a necessária viagem de descanso no feriado de 7 de setembro.


Agora refeito, sem perder tempo aproveito para atualizá-los em relação a esperada Belo Horizonte Restaurant Week que se aproxima. Temos, então, uma lista definitiva com 30 casas participantes. Os menus completos podem ser vistos aqui, clicando no botãozinho vermelho abaixo do nome de cada restaurante. Como a lista do site está com erros de informação e truncada por questões de configuração, compartilho com vocês a versão revisada que tive de fazer para uso próprio:


À Mesa Bistronomique
Cozinha contemporânea. Só jantar.
Rua Boa Esperança, 306, Sion. (31) 3221-5541.

Applebee's
Cozinha norte-americana. Almoço e jantar.
Rodovia BR 356, 3.049, lojas NL 45 e 46, BH Shopping, Belvedere. (31) 3286-2450.

Badejo
Peixes e frutos do mar. Só jantar.
Rua Rio Grande do Norte, 836, Savassi. (31) 3261-2023.

Bistrô da Matilda
Cozinha francesa. Só jantar.
Avenida Quinta Avenida, 739, Condomínio Vale do Sol, Nova Lima. (31) 3541-4197.

Bistrô Verde Essencial
Cozinha variada. Almoço e jantar.
Rua Expedicionário José Assunção dos Anjos, 900, São Luiz. (31) 3427-1679.

Café e Bistrô Sagrado
Cozinha variada. Almoço e jantar.
Rua Santa Catarina, 1481, Lourdes. (31) 3291-0082.

Chez Bastião
Cozinha variada. Só jantar.
Rua Alagoas, 642, Funcionários. (31) 3261-5694.

D`Istinto
Cozinha italiana. Só jantar.
Rua São Domingos do Prata, 405, Santo Antônio. (31) 3223-5327.

Devassa
Cozinha variada. Almoço e jantar.
Avenida Getúlio Vargas, 809, Funcionários. (31) 3223-2356.

Fabbrica Spaghetteria
Cozinha italiana. Almoço e jantar.
Rua Felipe dos Santos, 27, Lourdes. (31) 3275-3365.

Fabbrica Spaghetteria
Cozinha italiana. Almoço e jantar.
Rodovia BR 356, 3.049, lojas NL 33 e 36, BH Shopping, Belvedere. (31) 3264-2540.

Feliz
Cozinha variada. Almoço e jantar.
Rua Pium-I, 554, Sion. (31) 2516-8322.

Ficus
Cozinha variada. Só jantar.
Rua Felipe dos Santos, 162, Lourdes. (31) 3225-4007.

Haus München
Cozinha alemã. Só jantar.
Rua Juiz de Fora, 1.257, Santo Agostinho. (31) 3291-6900.

Hermengarda
Cozinha brasileira contemporânea. Só jantar.
Rua Outono, 314, Sion. (31) 3225-3268.

La Pasta Gialla
Cozinha italiana. Almoço e jantar.
Rua Levindo Lopes, 96, Funcionários. (31) 2515-9696.

La Traviata
Cozinha italiana. Almoço e jantar.
Avenida Cristóvão Colombo, 282, Funcionários. (31) 3261-6392.

La Milonga
Cozinha argentina. Só jantar.
Rua Francisco Deslandes, 10, Anchieta. (31) 3282-2715.

Maharaj
Cozinha indiana. Só jantar.
Rua Paraíba, 523, Funcionários. (31) 3055-5444.

Maio Bar Cozinha
Cozinha contemporânea. Só jantar.
Rua Santa Catarina, 631, Lourdes. (31) 2526-0360.

Matusalém
Cozinha baiana. Almoço e jantar.
Avenida General Olímpio Mourão Filho, 169, Planalto. (31) 3447-9973.

Dádiva
Cozinha contemporânea. Almoço e jantar.
Rua Curitiba, 2.202, Lourdes. (31) 3292-9810.

Provincia di Salerno
Cozinha italiana. Almoço e jantar.
Rua Maranhão, 18, Santa Efigênia. (31) 3241-2205.

Saatore Ristorante
Cozinha italiana. Almoço e jantar.
Avenida Álvares Cabral, 1.171, Lourdes. (31) 3339-3180.

Storica Grill
Cozinha variada. Só jantar.
Avenida Getúlio Vargas, 900, Savassi. (31) 2516-1616.

Tavola
Pizza. Só jantar.
Avenida Luiz Paulo Franco, 301, Belvedere. (31) 3226-9277.

The Art from Mars
Cozinha contemporânea. Só jantar.
Rua Rio de Janeiro, 1.930, Lourdes. (31) 3337-9116.

Tradição de Minas
Cozinha mineira. Almoço e jantar.
Avenida Cristiano Machado, 4.000, União. (31) 3426-3989.

Via Destra
Cozinha italiana. Só jantar.
Avenida do Contorno, 3.588, Santa Efigênia. (31) 3214-0934.

Vinicius
Cozinha italiana. Só jantar.Rua Pium-I, 1.259, Sion. (31) 3879-0248.



Notem que (1) o restaurante Matusalém mudou de endereço (agora ocupa o ponto do extinto Orai Por Nós, no Planalto), (2) as duas unidades da Fabbrica Spaghetteria (Lourdes e BH Shopping) contam como duas casas, (3) o menu do Badejo inclui lagosta, (4) na Tavola a pizza do menu do evento tem tamanho padrão (não é brotinho), (5) o Bistrô da Matilda é a única casa que não fica em BH (está no condomínio Vale do Sol, em Nova Lima, na saída para o Rio), (6) o Feliz também mudou de endereço (número 554 da mesma rua, a Pium-I) e que (7) várias dessas 30 casas já oferecem menus promocionais e descontos paralelamente (os menus bistronômicos do Feliz, D'Istinto e do Hermengarda; o desconto de 50% do Applebee's à tarde; a quinta bistronômica e sem rolha do À Mesa Bistronomique etc), ou seja, avalie o que é mais interessante de acordo com seu perfil.


Por fim, uma dica vital: comecem imediatamente a garantir lugares nos restaurantes escolhidos, pois alguns deles já abriram suas agendas e já têm mesas reservadas!