segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Almoçando com "brimos" em SP

Aproveitei minha ida a São Paulo, mês passado, para conhecer restaurantes. Como cheguei de manhã e voltei cedo no dia seguinte, tive apenas a oportunidade de um almoço e um jantar. Fiz questão de que uma das refeições fosse no D.O.M., que ainda não conhecia. Como seria mais adequado ir lá no jantar, fiquei com o almoço livre. Apreciador da culinária árabe que sou (mais uma vez, o sangue não nega!), quis conhecer a cozinha de algum "brimo". Confesso que o primeiro lugar que me veio à cabeça foi o Arabia. Clichê, eu sei, mas (1) não conheço a casa, (2) tenho um livro maravilhoso, Líbano - Impressões e culinária, escrito pela proprietária Leila Kuczynski, (3) ela está bem colocada no Guia 4 Rodas e (4) para um forasteiro como eu, a casa talvez seja a mais conhecida do gênero. Quando a gente não conhece bem uma determinada cidade e está com pouco tempo, algumas vezes acaba se balizando pelos medalhões.

Mas não foi desta vez que conheci o Arabia. Ciceroneado por um amigo de lá, fomos parar no olho do furacão - arredores da Rua 25 de março! - para almoçar onde parte da colônia árabe paulistana o faz. Foi assim que chegamos a esse lugar:



Pois é, apesar de não parecer, essa é a entrada de um restaurante. Não tem placa na porta, nem indicações no corredor ou na portaria do prédio em que fica. Aliás, fica no primeiro andar de um prédio daqueles bem velhuscos, parecidos com os do centro de BH. Eis o salão do Monte Líbano (Rua Cavalheiro Basílio Jafet, 38, 1º andar, sala 101, Centro; 11 3229-4413):



Lugar de instalações simples, serviço rápido e comida honesta. Começamos com babaghannouj (fiquei feliz em constatar que é praticamente idêntico ao que faço em casa), tabule e pães. Os legumes estão incluídos no serviço:



Pouco depois chegou à mesa algo que meu anfitrião garantiu ser quase impossível de se encontrar em São Paulo, tripa de cordeiro recheada (com arroz e carne de cordeiro). Acredite se quiser, um prato leve:



Na sequência, favas variadas e grão-de-bico ao azeite e salsinha. Assim como a tripa, uma receita que ainda não havia experimentado. Algumas estavam cozidas demais para o meu gosto, desmanchando.



Para complementar, pedimos um quibe com pinole...



... e uma esfirra de zaatar fechada. Cada um provou um pedaço da pedida do outro:



Pode ter parecido uma comilança danada, mas não foi. Leves, tivemos ânimo para a sobremesa. Essa belíssima travessa de doces típicos fica no balcão, mas é trazida à mesa para que o freguês escolha o que mais lhe apetece:



Eu, é claro, fui de ninho com pistache. Delícia! Como de costume, rega-se a peça com calda antes de servi-la:



Café à maneira árabe para encerrar...



e a conta: R$ 50 por cabeça. Justo.

Na saída, seguimos pela rua que desemboca na portaria do prédio, a Comendador Abdo Schahin, em direção ao Empório Syrio (11 3228-3640), que fica à altura do número 136. Passamos pela porta de várias pequenas lojas árabes - entre restaurantes e empórios -, que exibem humildes cardápios e vitrines de doces típicos na porta. Uma pena não termos essa variedade em BH... Grande variedade de produtos; alguns eu desconhecia. Trouxe para casa um pote de geleia de figo com amêndoas e gergelim; um pote de berinjelas em conserva, recheadas com nozes; uma caixinha com sachês de sahlab (bebida feita com pó de raiz de orquídea; minha suspeita se confirmou: é o mesmo "salep" que provei na Turquia, só muda a grafia); zaatar libanês; e bandejinha com baclavas variadas. Halawa, havia e de algumas marcas (até diet), mas não do com pistache...

4 comentários:

  1. E o D.O.M, Dudu? É bom mesmo? Se puder, posta tudo, inclusive preços, porque um dia ainda quero ir lá.
    Abs,
    Gui

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  2. Olá Eduardo:
    Adorei seu blog! Muitas informações legais e textos "deliciosos".
    Estamos inaugurando nosso site especilizados em restaurantes na cidade de São Paulo, que está começando a ser "alimentado", inclusive com uma pequena matéria sobre um restaurante árabe muito charmoso, de nome Abujanra, que você como apreciador desta culinária, talvez queira conhecer em sua proxima visita a sampa.
    Lhe convido a visitar o www.supercheff.com.br e nos honrar com sua opinião como escecialista.

    Sucesso,

    Reinaldo Ortega
    (11) 9731-5844
    rei63@terra.com.br

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  3. Gui,

    o D.O.M. é realmente tudo isso que a gente ouve falar dele. Para nós - que não estamos acostumados a esse tipo de proposta -, talvez seja até um pouco mais do que falam. É uma experiência incrível e diferente. Não é a mesma coisa que ir a um restaurante top tradicional. E passar por isso é algo que muda nossa cabeça. Te garanto que vale cada centavo. Vou postar tudo em breve. Tenho as fotos e descrições de todos os pratos. Tenho os preços também.

    Abraços.

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  4. Reinaldo,

    muito obrigado pela visita. Visitarei o site logo mais. Boa sorte e sucesso também!

    Volte sempre!

    Abraços.

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