quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O filão do festival



Arquivo pessoal

O restaurante Dádiva (Rua Curitiba, 2.202, Lourdes; 31 3292-9810) gostou mesmo desse negócio de trazer chef estrangeiro para cozinhar lá. Depois dos franceses Marc Meurin (Restaurant Marc Meurin, duas estrelas no guia Michelin) e Emmanuel Ruz (Lou Fassum, uma estrela), que apresentaram festivais gastronômicos na casa nos últimos dois meses, semana que vem será a vez do conterrâneo Christophe Bacquié (foto), do restaurante do Hôtel du Castellet (uma estrela). Ele comandará festival no restaurante terça e quarta, dias 13 e 14, com menu degustação a R$ 200 (individual; não inclui bebidas). Eis o prato a prato do chef:


Amuse bouche
Declinação de texturas e sabores em torno do lagostim

1º prato
Escalope de foie gras, tartar de figos frescos, batatas anna e molho de pato levemente ácido ao vinagre de mel

2º prato
Vieiras com risoto cremoso

3º prato
Filé mignon; alcachofra e funcho salteados; rúcula e parmesão; molho de manteiga de anchovas

Pré-sobremesa
Transparência de frutas exóticas e espuma ao perfume de erva cidreira

Sobremesa
Chocolate e pralinê em massa fina crocante, sorbet de gianduia e folhas achocolatadas

E a casa anuncia para o decorrer do ano que vem mais quatro festivais de chefs estrelados pelo Michelin.

4 comentários:

  1. A grande pergunta é: festivais como este, com chefs estrelados, rendem bom faturamento aos restaurantes ou apenas reforçam a imagem e status?

    Abs,
    Gui

    ResponderExcluir
  2. Gui,

    essa é uma pergunta que me ronda há alguns anos. Acredito que vale a pena mais pelo auê em torno do evento do que pelo faturamento em si. Chefs de festival custam caro: cachê, passagem, hospedagem e insumos, para ficar no básico. Sem falar que muitos trazem ajudantes, o que multiplica as despesas. E alguns ainda fazem farras por conta do contratante (leia o post seguinte, com a entrevista que fiz com o consultor gastronômico Roberto Jardim).

    Abraços.

    ResponderExcluir
  3. Pois é, foi justamente por ler o post do Roberto Jardim que perguntei isso.
    Inicialmente, achava que os restaurantes daqui estavam tentando faturar muito com estes festivais, porque eles cobram um preço muito salgado. Mas, depois de ler seu outro post, vi que na verdade custa caro porque custa caro trazê-los.
    Aí vale mais o status e o auê, como você diz. Mesmo quando o Claude Troisgros veio no Gomide (e olha que ele não cobra em euros), foi caríssimo: R$ 250!
    E tem fila de gente querendo ir...

    Gui

    ResponderExcluir
  4. Gui,

    essa engrenagem, como pode ver, é realmente cara. Mas acho que a gente não deve simplesmente julgar que esse tipo de evento é caro e ponto final. O preço é alto não só porque o chef cobra cachê e vem com ajudantes na primeira classe. Fazer alta cozinha custa muita grana, como você sabe bem. Não tem ponta de filé: é só o miolo! E tome trufas, foie gras, crustáceos gigantes... Outra coisa: R$ 250 num jantar é caro para boias-frias da comunicação - como nós! O clubinho que pode pagar por isso sem choro e ranger de dentes é pequeno, mas existe! Por isso há mercado. E é bom que ele exista. Sempre defendo que quanto maior a variedade e quantidade de restaurantes, melhor. Todos saem ganhando. Mesmo que por contraste.

    Abraços.

    ResponderExcluir