segunda-feira, 20 de julho de 2009

Revisitando Ouro Preto e Mariana




Estive em Ouro Preto e Mariana no último fim de semana para assistir a alguns shows e peças do festival de inverno. Aproveitei, é claro, para rever alguns lugares dos quais havia gostado na minha última visita e conhecer casas novas. Quase sempre vou para lá a trabalho e mal dá tempo de comer um sanduíche no fim de noite. A última visita consistente do ponto de vista gastronômico foi no início de 2005, quando avaliei os principais bares e restaurantes de lá para o Guia Unibanco Minas Gerais (Bei).

De lá para cá, as novidades que mais me chamaram a atenção foram a inauguração do Bené da Flauta, próximo a igreja de São Francisco de Assis, e a recente reestruturação do restaurante do hotel Solar do Rosário, cujo cardápio foi reformulado pelo chef italiano Luciano Boseggia (a cozinha está nas mãos da chef Denise Campanharo). Entre os novos, dessa vez só consegui conhecer o primeiro.

Passei na porta do Senhora do Rosário só para conhecer e dar uma olhada no cardápio: achei bem italiano, com praticamente nada de norte e nordeste brasileiro, como a chef havia me explicado inicialmente. Seria essa fusão (Brasil e Itália) apenas um mote para inaugurar a casa e eu me enganei? Perguntei ao garçom e ele me disse que a Denise ainda é a chef da cozinha. Fica para a próxima.

Ferrugem
Depois do ótimo show do Chico Amaral (embaixo da Ponte dos Contos) fui, então, conhecer o Bené da Flauta (Rua São Francisco, 32; 31 3551-1036). Casa ampla e bonita, atendimento bem formal e cardápio variado, mas sem maiores ousadias, com predomínio de filés. Influenciado justamente por isso, resolvi experimentar um deles, o turnedô ao molho ferrugem com arroz à piemontesa.




Mas antes me regalei com duas taças do ótimo chope Falke Bier (presente desde a inauguração, há cerca de três anos), que tentei harmonizar com o couvert (conservas de berinjela e abobrinha; pimentão e tomate assados), servido gelado. Eu sei que conserva não se come quente, mas gelada é dureza!

O filé veio no ponto solicitado e estava macio e suculento, guarnecido por arroz à piemontesa razoável. Menos sorte teve minha mulher, que se achou perdida num prato que julgou (e eu concordei) ter elementos demais: folhado de frango com espinafre, gorgonzola, molho de funghi e arroz com amêndoas. De toda forma, talvez a casa mereça nova visita. Quem sabe na hora do almoço, quando servem pratos mineiros?

Michael Jackson
Aproveitei para rever dois lugares que já conhecia: a pizzaria O Passo (Rua São José, 56; 31 3552-5089) e o mineiro Chafariz (Rua São José, 167; 31 3551-2828). O primeiro continua como na primeira vez: atendimento satisfatório, ambiente agradável (apesar de a varanda ter sido transformada numa boate em tributo a Michael Jackson) e boa pizza de massa fina (mas acho um pecado misturar cogumelos frescos e em conserva...).

A carta de vinhos conta com várias opções entre R$ 40 e R$ 60 - o que é bom -, mas acredito que ainda possa ser feito esforço no intuito de ampliar a oferta que se enquadra abaixo desse patamar. Gostei do espanhol Artero (tempranillo), ainda mais quando pesquisei sobre ele no Google e descobri que custa menos de R$ 30 na prateleira!

Licor de milho
O almoço no Chafariz não teve surpresas. O bufê mineiro continua bom, no mesmo padrão de antes. Frango com quiabo, frango ao molho pardo, costelinha (tinha mesmo que ser defumada?), couve, arroz, tutu (menos espesso que o habitual), tropeiro (vegetariano; quem quiser, que adicione sua linguiça), lombo fatiado, mini linguiça (não poderia ser uma com mais cara de "da roça"?), ótimo torresmo, mandioca, excelente couve refogada, bambá de couve, banana assada, farofa e por aí vai. Para comer à vontade, incluindo mesa de doces e queijo, cachaça, licor e café, com ambiente muito agradável e atendimento de primeiríssima, achei justo pagar R$ 34.




O licor de jabuticaba servido no Chafariz eu já conhecia. É ótimo. Deu vontade de levar uma garrafa comigo, mas a casa onde é feito e vendido, ao lado do restaurante, estava fechada! Por falar em licor, há uma loja na rua Direita, pouco abaixo do restaurante Casa do Ouvidor, que vende um licor de milho ótimo. Por pura falta de atenção, esqueci o nome, mas não tem erro: loja pequena, abarrotada de chocolates e licores. Provei por pura curiosidade, pois nunca havia visto e me surpreendi com o sabor. Também me agradaram os chocolates da loja Chocolates Ouro Preto (Rua Getúlio Vargas, 66; 31 3551-7330).

Azia
No domingo fui para Mariana assistir ao show do Beto Guedes. Decidi, então, comer algo por lá. Que arrependimento! O lugar que escolhi está tão abaixo da crítica, que não merece nem ser citado aqui. Fiquei assustado com o baixíssimo nível do atendimento e com a pizza sem vergonha que chegou à mesa - e olha que uma das especialidades do lugar era pizza. Que tipo de turista Mariana quer atrair com um serviço desse?

2 comentários:

  1. Caro Eduardo,
    Lamentável não termos nos conhecido em Ouro Preto, sobre o cardapio do Restaurante Senhora do Rosario a proposta era de ser italiano com misturas brasileiras, não propriamente Norte e Nordeste pois ingredientes dessas regiões não chegam com o padrão de qualidade que eu exijo nos meus pratos. Mas sempre tenho um tucupi escondido na manga para surpreender quem nos visita.
    Agora já não faço mais parte da equipe do Senhora do Rosario já me mudei outra vez. Agora Aracaju. Abraços. Denise Campanharo.

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  2. Oi, Denise!

    Pois é, foi uma pena não termos nos conhecido! Espero que a temporada em Ouro Preto tenha sido boa para você. Te desejo boa sorte em Aracaju! Mande notícias!

    Ah, e quem está no seu lugar lá no Senhora do Rosário?

    Bom tê-la como visitante aqui! Volte sempre!

    Abraços.

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