quarta-feira, 1 de julho de 2009

Portugal - O dia que nunca acaba

Cheguei ao hotel bem cedo, por volta das 7h3o (hora local). A própósito, o hotel - Tivoli, na avenida Liberdade, ponto estratégico - é lindo, elegante e confortável. Merece tempo para ser melhor explorado do que numa curta viagem a trabalho. O quarto é de um conforto e bom gosto incríveis. A equipe é simpática e altamente eficiente. Só para dar uma ideia, na véspera da viagem de volta, de madrugada, um dos funcionários reapareceu em menos de dez minutos com minhas centenas de garrafas e potes de vidro perfeitamente embalados em plástico bolha. Sem falar em cada vez que chegava da rua e encontrava cartas muito gentis escritas a mão, acompanhando docinhos, frutas frescas, água mineral nórdica e vinho do porto (muito obrigado, Sr. Rui de Sousa e Sra. Sofia Rodrigues!). Até livro sobre a história desse primoroso hotel eu ganhei.

Bom, foi a conta de deixar as malas no quarto e partir para uma bela caminhada que só terminou por volta das 20h (detalhe: nessa época, o sol só se põe por volta das 21h!). A manhã e a tarde foram totalmente livres, visto que o único compromisso do dia era à noite: jantar no restaurante Terraço, no próprio hotel, para conhecer as novidades implantadas pelo chef Luís Baena. Como só havia estado em Lisboa uma única vez e de passagem, o passeio veio a calhar!


A temporada é de caracois (que só fui comer no dia seguinte, no Alentejo). Não é difícil encontrar saquinhos como esse pendurados do lado de fora dos restaurantes, anunciando o produto da estação:


Saí com uma ideia fixa na cabeça: conhecer a Conserveira de Lisboa (Rua dos Bacalhoeiros, 24, entre a Baixa e Alfama, perto da Casa dos Bicos e do rio Tejo), loja especializada em todo tipo de peixes e frutos do mar enlatados. Repito: TODO TIPO. O endereço estava anotado, mas acabei dando de cara com a loja sem querer. Baita sorte! Aberto em 1930, o lugar é minúsculo em função da variedade de latinhas: vai da sardinha em óleo ao bacalhau assado com alho, passando por cavala defumada, lula, polvo, carapau (peixe pequenino), mexilhão, ovas, atum e por aí vai. Imperdível! As mais baratas custam cerca 1,50 euro, mas, em geral, não passam de 4 euros. Trouxe umas dez na mala. À medida que for experimentando, vou contando aqui.





Eis Dona Manuela, esbanjando simpatia para a foto! Ela embala manualmente lata por lata!


Em seguida, parada no realmente minúsculo A Ginjinha (Largo de São Domingos, 8, Rossio), misto de bar e loja onde, como o ótimo Rough Guide de Lisboa descreve, "só há espaço para entrar, beber um copo e sair para a rua para ver a cidade sob uma nova luz". A ginja é uma fruta típica de Portugal, bem pequena, menor que uma cereja. A ginjinha é o licor feito com ela. Recomenda-se beber com a ginja no copo, que boia na superfície. Bebe-se o licor, come-se a fruta, cospe-se o caroço. Mais uma dose!



Aí está a garrafa que trouxe, sendo embrulhada pelo sujeito com cara de poucos amigos:


Na Casa do Alentejo (Rua das Portas de Santo Antão, 58, Rossio) funciona um centro cultural que divulga as tradições da região e um restaurante típico. Não almocei lá, mas a beleza do lugar é digna de registro. A arquitetura e os detalhes valem a visita.



A saber: o Alentejo é a região portuguesa que mais sofreu influência dos árabes. Está na arquitetura, na comida, nos nomes, nas pessoas.



6 comentários:

  1. Muito bom, Girão! Estou acompanhando com água na boca.

    ; )

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  2. Pois é, Guilherme! Como disse antes, recomendo essa viagem para todo mundo que gosta da boa mesa! Uma experiência e tanto! Definitivamente, imperdível! Imagine se tivesse ficado mais do que três dias?
    Abraços

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  3. Então... Uma viagem pelo interior da Espanha e de Portugal já está anotada no “CADERNINHO DO VÃO!?”.

    Esse caderinho é onde “anotamos” os lugares que queremos visitar.

    ; )

    Ah, outro dia almocei no restaurante que você me indicou, o Sbuni. E gostei bastante. Tem um queijinho envolto em uma especiaria lá, que é muito bom.

    Abraço

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  4. Esse caderninho deve estar recheado de boas ideias, hein?!

    O que você comeu lá no Sbuni é o chancliche, queijo típico do mundo árabe. É realmente uma beleza!

    Abraços

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  5. Olá amigo viajante.
    Sou brasileiro e vivo a 22 anos em portugal em Santarém perto da ex-casa de Pedro alvares Cabral.
    Em 1985, vim pela primeira vez e fiquei maravilhado co a sensação de paz que este pequeno país me transmitiu, fui-me embora e em 1990, farto da violência do RJ, resolvi voltar e ficar. Hoje tenho alguma dificuldade em habituarme a vida e o stress do Brasil.
    Gostei muito do seu blog e cheguei até ele através da imagem do saco de caracóis, copiei a sua fotografia e puz no meu blog "http://negociosdecaracois.blogspot.com/", espero que não se importe.
    Já agora, por curiosidade aquelas latas de pescado que mencionas acima é um produto "gourmet" é fino para algumas pessoas coleciona-las e abrir estas latas em ocasiões especiais, acompanhando com um bom vinho, Há pessoas que tém latas dessas com mais de 50 anos.
    Desde que a lata não esteja estufada, está próprio para consumo, independente da validade da mesma.
    Um abraço e continue a desenvolver os textos das suas viajens. Parabéns.

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  6. Tomei hoje a famosa Ginjinha. Saboroso! Abracos, Gabriel

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