"Feliz ano novo!". Foi o que eu disse hoje, no meio da tarde, para dois amigos. Parece não fazer o menor sentido, mas o motivo é simples: hoje começa um
novo ano no Irã e a dupla a qual me refiro, Claudio e Nasrin, comanda o mágico
Amigo do Rei, único restaurante de cozinha iraniana no país. O calendário de lá é diferente do daqui. Olha só o e-mail que o Claudio mandou hoje:
"Caros amigos,
Neste dia 20, às 15:14:58 hs (8:47:30 hs em Brasília), terá início o ano 1.388 no Irã. Ficará exposta no Amigo do Rei durante 12 dias a mesa tradicional - denominada sofreh haft sin - contendo os 7 elementos simbólicos usados desde a Antiguidade para festejar o novo ano. O ano 1.388 corresponde ao ano 2.568 da fundação do império persa por Ciro, o Grande. Durante estes séculos muitos prazeres de mesa foram criados no Irã e alguns deles vocês conhecem e admiram graças à iniciativa de minha mulher, Nasrin, de mostrá-los aqui em Belo Horizonte. Tirem uma casquinha deste ano novo iraniano e colham sucessos e carinhos até o dia 20 de março do ano que vem.
São os votos de Nasrin e Claudio"
Para quem não conhece, o restaurante fica num dos morros do bairro Santo Antônio. Meio escondido, com poucas mesas, música iraniana tocando baixinho. Não tem garçom: o próprio Claudio (que é carioca) atende a freguesia e Nasrin (precisa dizer de onde ela vem?) prepara tudo pessoalmente na cozinha, sem um único ajudante. Comida deliciosa, intrigante (apesar de algumas similaridades, não é comida árabe; muito menos indiana) e com padrão de qualidade alto. Para ficar nos melhores exemplos:
fessenjan (esferas de carne ao molho de romã e nozes);
halim bademjan (berinjela assada, carneiro e lentilhas, pilados); e
ranghinack (tâmaras recheadas com nozes e envolvidas em "molho sólido"). Sem falar no "refrigerante crocante", carinhosamente batizado de "Nasrin-Cola". Uma experiência imperdível.
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