sábado, 28 de março de 2009

Óleo na pista

Deu no caderno Vitrine, da Folha de S. Paulo de hoje: o azeite português Figueira da Foz contém óleo de sementes, e não exclusivamente óleo de azeitona, o que o descaracteriza não só como "azeite de oliva extra virgem" - expressão estampada nas garrafas da marca comercializada no Brasil -, mas como azeite. O Figueira da Foz, importado pela empresa Paladar Alimentos, foi o único reprovado entre os 21 rótulos de azeite avaliados pela ProTeste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor). De acordo com a matéria, a ProTeste notificou a "suposta fraude" à Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ao Ministério da Agricultura e ao Ministério Público.


Na mesma matéria, a Paladar Alimentos alegou que "todos os lotes dos seus produtos são avaliados pelo Laboratório de Óleos e Gorduras da Unicamp". Aí vem o problema: o coordenador do laboratório, Renato Grimaldi, afirma que "as avaliações são encomendadas, com lotes selecionados pelas empresas, que pagam pelo teste. Esses testes não costumam ser completos". Ele acrescenta que essas análises não atestam se o produto é ou não azeite de oliva (feito só com azeitona).


Em 2007, a ProTeste realizou outro teste com 20 azeites de oliva extravirgens disponíveis no mercado brasileiro e constatou que dois estavam "batizados", Andaluzia e Cocinero. Abaixo, parágrafo sobre o assunto que extraí da página da instituição:


"O caso do Andaluzia foi o mais grave. Ele tinha óleos de sementes de oleaginosas adicionados, isto é, outros tipos de óleo, sejam eles de soja, algodão, o que for. Já o problema do Cocinero foi que o produto seria, sim, um azeite, mas não um extra virgem, como dizia o rótulo, ou seja, houve adição de azeite inferior, possivelmente o refinado. Na análise sensorial com provadores treinados e acostumados com azeite, os resultados refletiram exatamente o que apareceu no exame das fraudes. Justamente as duas marcas 'batizadas' foram as mais criticadas."


Será que foi um desses que você usou naquela salada?

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