segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Nova visita ao Bhagwan

Também semana passada aproveitei o feriado para retornar ao Buffet Bhagwan (Bhagwan, para os íntimos). Passei pela porta dele algumas vezes desde a visita passada e as mesas visíveis estavam sempre cheias, o que atiçava ainda mais minha vontade de voltar para conferir pratos diferentes e ver como o chef indiano Bhagwan Sinh e sua filha, Rukmani, estavam se saindo na cozinha e no salão. Para ler o relato da minha primeira ida lá, clique aqui.

Cheguei com minha mulher por volta de 13h ao restaurante, que tinha apenas uma mesa ocupada e nenhum sinal de garçom a vista. Em cinco minutos, apareceu Rukmani, cujo português falado, ainda muito tímido, parece estar em evolução. Começamos com o pão naan com alho e manteiga assado no tandoori: saboroso como na última vez, embora ligeiramente sapecado numa das pontas.

Pedimos samosas mistas (frango; legumes; e ervilha com batata e amendoim) na sequência, que chegaram com os habituais chutneys de mamão, coco e tamarindo - todos ok. Mais um naan chega à mesa, desta vez simples, mas igualmente queimadinho demais numa das extremidades. Nada que comprometa, mas é bom que o chef fique mais atento para que descuidos como esse não virem regra.

De prato principal, optamos novamente pelo chicken tikka masala e, para escoltá-lo, arroz com especiarias. Como da última vez sentimos falta do "calor" das especiarias, solicitamos que nosso pedido fosse incrementado nesse sentido. Foi parcialmente atendido, pois, como temia, foi entendido simplesmente como "mais pimenta". A graça da comida indiana não está só no "ardor", mas também no "calor", ou seja, naquela série de sementes, folhas, pós e temperos que enriquecem o sabor e aroma dos pratos. Bom, de toda forma, ficamos mais satisfeitos.

Outro ponto importante: o tandoor, o típico forno de barro cilíndrico dos indianos, é conhecido por conferir ótima textura às carnes nele cozidas. Ficam douradas por fora, mantendo o interior incrivelmente macio e suculento. Os cubos de frango do nosso tikka masala não estavam tão longe assim disso, mas, como no caso do naan (o pão que veio um pouco queimado), acredito que um pouco mais de cuidado resultaria num efeito bem melhor.

Ah, vi um rapaz com cara de indiano atendendo as mesas com Rukmani. Salvo engano, é amigo da família. Bom saber que estão reforçando o time do salão, pois já ouvi relatos desastrosos de quem esteve lá com casa cheia. No dia desta minha segunda visita, chegamos com a casa praticamente vazia e a deixamos quase lotada, sem ter um problema de atendimento sequer. Ponto para eles.

Mesmo com os pequenos tropeços que relatei, considero que o Bhagwan continua sendo um lugar que vale a visita. Ambiente informal, comida ok e preços que não assustam (R$ 70 para duas pessoas). Na próxima vez, quero experimentar pratos com cordeiro ou peixe, pois acabamos repetindo as pedidas da última visita!

3 comentários:

  1. Eduardo, voltei lá um dia desses, com marido, um casal de amigos e o filho deles. Comemos as samosas com chutneys (para mim, perfeitos) e vários naan com e sem alho (meu marido também percebeu um "queimadinho", que para ele foi um ponto positivo - questão de gosto). De principal, o cordeiro com espinafre que adoro e mix de carnes no tandoori, que particularmente achei sem graça, em contraponto com o cordeiro, delicioso. O arroz com cardamomo completou a refeição. Chegamos lá num domingo bem no horários de abertura e saímos 2 horas depois, com a casa sem nenhuma mesa disponível. O atendimenti foi muito simpático e a minha também simpatia pela casa só aumentou.
    Abraço!

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  2. Oi, Adrina.

    Ao que parece, os indianos devem estar conseguindo lidar melhor com o velho problema do atendimento. Tomara!

    Veja só como é curiosa a questão do gosto! O que é defeito para um, é qualidade para outro! É por isso que todo comentário a respeito de restaurante deve ser muito bem matutado antes de ser escrito.

    Que bom ter sua referência sobre o cordeiro. Obrigado.

    Abraço.

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  3. Adoro o Bhagwan e uma das coisas que mais gosto lá é o naan com alho - e este eu só gosto pois vem chamuscado. Acredito que esta é a maior vantagem do forno tandoori. Pela alta temperatura que alcança, ele imprimi um sabor levemente carbonizado na comida. Coisa impossível de obter no forno comum...
    De qualquer forma parabéns pelo site e por não ser chapa branca como a maioria dos críticos de restaurante em BH

    Breno Nunes

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