sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Não saber vender o peixe

Aqui no jornal recebo e-mails às centenas, diariamente. Nem todos têm como assunto a gastronomia e temas da alimentação em geral. Dos que se enquadram nesse perfil, alguns vêm com fotos. É aí que eu quero chegar: a maior parte das fotos está abaixo da crítica. É inacreditável. Em alguns casos fico até com dó. Em outros fico com raiva mesmo. De todo jeito, no final das contas quem mais sai perdendo é o contratante da assessoria de imprensa que acredita no poder de comunicação de uma imagem que é uma verdadeira "marmota". Isso não entra na minha cabeça de jeito nenhum! É preciso impor um padrão mínimo de qualidade para aceitar fotos. Não só em respeito ao leitor, mas também em consideração aos fotógrafos. Acredito que publicar uma imagem horrorosa é tirar uma oportunidade de trabalho de um profissional sério. Todos os envolvidos nisso têm sua cota de responsabilidade. Uns por propor, outros por aceitar.

Digo tudo isso porque realmente é muito raro receber por e-mail uma imagem de divulgação tão boa como a do petisco Arrumadinho Mineiro, da choperia Albano's, clicado por Rafael Mantesso, do ótimo blog Marketing na cozinha.

17 comentários:

  1. Pra começar, poucos restaurantes, bares e afins enxergam a importância e o valor de uma assessoria de imprensa. Que dirá de um bom fotógrafo profissional...

    Pra maioria esmagadora isso é gasto, e não parte do trabalho e investimento na própria imagem.

    Abs,
    Gui

    ResponderExcluir
  2. Gui,

    a maioria dos contratantes têm visão equivocada do que uma assessoria de imprensa pode fazer. E o que mais preocupa é que muitos assessores parecem não se importar em desfazer o engano. Preferem "prometer espaço no jornal". A continuar assim, não vejo saída. Infelizmente.

    Abraços.

    ResponderExcluir
  3. Tem muita gente inexperiente no mercado de AI.

    ResponderExcluir
  4. Anônimo,

    parece banal dizer isso, mas é preciso que cada faça sua parte. E a classe precisa agir de maneira padronizada para que haja mudança nesse cenário.

    Abraços.

    ResponderExcluir
  5. Utopia. Tem gente que não lê, não sabe escrever e está batalahndo um lugar no mercado. É mundo cão. Os contratantes, muitas vezes sem conhecimento, acham que o trabalho de AI é fácil e optam pelo mais barato.

    ResponderExcluir
  6. Puuuts.... Que honra ser citado aqui dessa maneira. Não vou conseguir te agradecer nem com palavrão. (minha limitação não me permite me expressar de outra forma). Confesso que quando a assessoria nos avisa que a foto é pro Eduardo Girão, bate uma responsa. Não dá pra ser com a câmera de tirar fotos dos aniversariantes a noite, não da pra ser de qualquer jeito. E com pretensão que me cabe, tento fazer o máximo de milagres aqui sem equipamentos e photoshop. Porque é exatamente isso, "publicar uma imagem horrorosa é tirar uma oportunidade de trabalho de um profissional sério. Todos os envolvidos nisso têm sua cota de responsabilidade. Uns por propor, outros por aceitar." Acho mesmo que o segredo da coisa é gostar, pra trabalhar neste nosso segmento é preciso paixão. Muito obrigado pelo carinho e por citar o blog! Grande abraço!!

    ResponderExcluir
  7. Desculpe a pressa em digitar! Batalhando por um lugar no mercado.

    ResponderExcluir
  8. Sim, Anônimo 2, há muita gente inexperiente nesse mercado.

    Sei que toda essa gente precisa começar a aprender o ofício de alguma forma e em algum momento, mas é preciso que os "professores" saibam realmente o que ensinar e cobrem o "para casa".

    Abraços.

    ResponderExcluir
  9. Anônimo 3,

    não podemos nos nivelar por baixo. E quando digo isso me refiro tanto aos contratantes como aos colegas. Talvez o que falte mesmo seja uma mistura de senso de coletividade e princípios morais básicos. Ninguém pensa em conjunto atualmente. Pode parecer antiquado, chavão ou piegas, mas classe unida é classe forte. Isso não muda. Com cada um preocupado especificamente em matar seu leão diário, a coisa só pode ir para o brejo mesmo.

    Abraços.

    ResponderExcluir
  10. Rafael,

    eu é que agradeço pelas palavras tão gentis. Sim, é preciso paixão para perseverar nessa área danada! Ainda mais fora do centro, como é o caso de BH. Não quero ficar rasgando seda aqui, mas nesse sentido tenho de parabenizá-lo como profissional e blogueiro. Não é por acaso que agora virou professor, certo?!

    Abraços e boa sorte!

    ResponderExcluir
  11. Concordo contigo tanto na questão da "classe unida é classe forte" como na admiração pelo Rafael Mantesso. Muito profissional.

    ResponderExcluir
  12. Hahaha é verdade. Estou super ansioso pra começar a falar de marketing pra galera da gastronomia. Fico até sem sono pensando nos assuntos! Mas é isso, pode contar com nosso empenho sempre, longe de ser o Toscani na fotografia, mas sempre motivado à fazer o melhor. Mais uma vez obrigado, os ologios vindos de ti tem um peso diferente!

    Forte abraço!

    ResponderExcluir
  13. Anônimo 4,

    no quesito mobilização (não estou dizendo que é o único, hein?!) certas categorias de servidores públicos deveriam nos servir de exemplo.

    Abraços.

    ResponderExcluir
  14. Rafael,

    boa sorte na nova empreitada! Tenho certeza de que vai dar tudo certo!

    Abraços.

    ResponderExcluir
  15. Pena que algumas pessoas não se identificam. Por parecerem ser da área, seria mais importante ainda.

    Bem, só pra ilustrar e divertir vocês, pedi outro dia no meu twitter currículos para freela em assessoria de imprensa. A ignorância (no sentido de não conhecer) é tanta que recebi currículo de gente de direito, turismo, de secretária, operador de telemarketing e auxiliar administrativo. :o))

    Isso sem contar os "lero-lero" e erros de português em vários deles de jornalistas...

    Mas falando sério agora, não sei se os colegas da área concordam, mas a visão que eles tem de RESULTADO acaba atrapalhando o trabalho, que deve ser feito com frequência e consistência. Muito cliente acha que vai contratar assessoria de imprensa pra encher restaurante na terça e quarta-feira, que em um mês tá todo mundo sabendo que ele existe, que todos os clientes dele vão chegar e falar que leram/viram/ouviram em tal lugar (quase como se ele tivesse feito clipping), e por aí vai. E o seguinte: mesmo explicando antes de começar o trabalho, eles fazem "ouvido de mercador".

    Bem, desculpem me alongar.

    Abs,
    Gui

    ResponderExcluir
  16. Gui,

    seu depoimento é muito valioso.

    O caso dos currículos que você recebeu é daquela série "Rir para não chorar"...

    Sim, concordo com você. A confusão em torno do que é resultado é geral. O contratante tem o direito de não saber direito como funciona o trabalho de um assessor de imprensa, mas o contratado tem o dever de deixar bem claro para ele o que é. O contratante espera resultados, é claro, mas é essencial distinguir alhos de bugalhos. Assessor de imprensa não é promoter!

    Abraços.

    ResponderExcluir