Ontem fui ao
Hermengarda para conferir o menu que a casa preparou para a primeira edição da
Belo Horizonte Restaurant Week. Gostei muito e recomendo.
No final da tarde de domingo liguei para lá e reservei mesa para quatro pessoas - sem dificuldade alguma e com pelo menos três opções de horário. Cheguei cinco minutos antes (19h55) e encontrei o salão já consideravelmente cheio. Minha mesa estava lá, naquele corredor lateral, à nossa espera. O ambiente se manteve agradável até o final da noite, mesmo com a casa lotada, o que também não comprometeu o atendimento, atencioso do início ao fim.
Fomos felizes na escolha dos vinhos - um espumante nacional e um rosê francês -, servidos com atenção pelo simpático garçom, na temperatura correta e em boas taças. Antes de pedi-los e dar início ao menu do evento, demos uma olhada pelo cardápio fixo e deixei registradas na memória três tentadoras "pendências" para visitas posteriores: arroz à Amado (com polvo, queijo coalho e castanhas portuguesas); camarão ao molho de pitanga (esqueci qual era o acompanhamento); e badejo ao molho de limão com arroz de coco e farofa de camarão. Ai, ai...
O menu em questão começou com porção de cogumelos de paris recheados com linguiça defumada e escoltados com juliana de legumes al dente. Comeria mais meia dúzia deles tranquilamente:
Em seguida, lombo de porco ao molho de cupuaçu com farofa de bacon, damasco seco e azeitonas verdes. O ponto alto da noite, sem dúvida. O molho denso e pungente (trata-se de cupuaçu, afinal) casou bem com a carne e também fez sucesso na mesa a farofa, cuja combinação de "pertences" funcionou muito bem. Damasco seco e azeitona na farofa? Soa menos estranho se lembrarmos que muitas farofas (natalinas, inclusive) são feitas com ameixa seca, passas, azeitona, bacon etc. Ah, a farofa é elaborada com farinha de Teixeira de Freitas, na Bahia. Estava realmente deliciosa. Eis o prato:
Para fechar, a sobremesa mais reproduzida das Minas Gerais: goiabada em crosta de castanha de caju sobre requeijão. Dizem que foi inventada no restaurante Tragaluz, em Tiradentes. Enquanto nenhum arqueólogo com ênfase em gastronomia aparece para desmentir, sigo acreditando na história. Uma combinação que não tem erro:
Já programei minha próxima ida a uma das casas da BHRW e, na volta, conto aqui como foi. Por enquanto, fica registrada aqui a ótima experiência que tive no Hermengarda. A propósito, reforço a necessidade de reservar com antecedência lugares nos restaurantes participantes do evento. Ontem mesmo presenciei fila na porta do Hermengarda e ouvi do chef da casa, Guilherme Melo, que não há mais vagas para esta semana. No entanto, acredito que não custa nada sondar possibilidades pelo telefone.